O promotor de Justiça de São Paulo, Cassio Conserino, diz que tem indícios suficientes para denunciar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O crime seria lavagem de dinheiro em investigação sobre um apartamento triplex que havia sido reservado pela OAS para sua família. De acordo com informações da Folha, o promotor pondera que, apesar das provas de favorecimento de Lula pela OAS, o petista terá oportunidade de apresentar defesa no decorrer das apurações. A estratégia deve ser adotada para evitar o oferecimento de uma acusação formal. A promotoria também apura se a OAS usou apartamentos do prédio na praia de Astúrias, no Guarujá (SP), para lavar dinheiro ou beneficiar pessoas indevidamente. Em dezembro do ano passado, um dos sócios de uma empresa que executou a reforma do triplex paga pela OAS afirmou em depoimento que a mulher de Lula, Marisa Letícia, acompanhada de três homens, participou de uma reunião no apartamento com o coordenador de projetos da empresa.
Entre esses homens estavam o presidente da OAS na época, Leo Pinheiro, e um dos filhos de Lula, o Fábio Luís (Lulinha), segundo o depoente. Engenheiros e funcionários do condomínio também prestaram depoimento à promotoria e disseram que apenas familiares de Lula estiveram no triplex durante a construção e reforma do imóvel. Uma ex-funcionária e uma engenheira da OAS confirmaram o encontro no triplex com a presença dos familiares de Lula. Conserino acredita que os depoimentos comprovam que, na oportunidade, os parentes do petista estavam verificando a unidade antes de receber o imóvel. Outro indício contra Lula é que a OAS teria pago o mobiliário da cozinha. Em novembro a família do ex-presidente anunciou a desistência do apartamento. O advogado de defesa, Cristiano Zanin Martins, disse à Folha que ficou "perplexo em saber que um promotor esteja cogitando denunciar alguém sem ter dado a oportunidade de prévia manifestação". O advogado da OAS, Roberto Telhada, afirmou que a empreiteira nunca atuou para favorercer Lula e o triplex chegou a ser reservado para Maria, mas ela optou por não comprá-lo. Hoje o imóvel é da OAS e continua à venda.
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