Em julgamento de quarto núcleo golpista, ministro diz que a falta de apoio militar impediu decreto de interferência nos Poderes
Prazo dado por Moraes à PGR encerrou-se em 25 de março | Rosinei Coutinho/STF
Ellen Travassos-sbtnews

A declaração ocorreu durante o julgamento da Primeira Turma do Supremo da denúncia contra os denunciados por espalhar desinformação em prol da trama golpista.
“A violência contra o Poder Judiciário foi exacerbada pela manipulação de notícias eleitorais baseadas em dados falsos, ações de monitoramento contra autoridades públicas, e colocou em risco o pleno exercício dos poderes constitucionais”, declarou o ministro.
Moraes é relator do inquérito que apura os crimes que teriam sido cometidos para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder em 2022, quando a eleição deu a vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ainda durante a leitura do relatório, Moraes citou que a tentativa de golpe só não se deu por “falta de apoio do Alto Comando do Exército ao decreto golpista, que previa expressamente medidas de interferência nos poderes constitucionais”.
A investigação revelou que integrantes desse grupo não apenas disseminaram desinformação e fake news, mas também se apropriaram indevidamente da estrutura da Agência Brasileira de Informação (Abin), utilizando-a como uma plataforma de contrainteligência. O objetivo era facilitar as operações da organização e vigiar autoridades públicas. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), essas atividades ilegais ocorreram entre julho de 2021 e janeiro de 2023.
Os ministros da Primeira Turma — Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino — analisam se a denúncia apresentada pela PGR cumpre os requisitos formais para dar início a um processo criminal contra os envolvidos.
Anteriormente, o colegiado já havia aceitado as acusações do Ministério Público contra os integrantes dos núcleos 1 e 2 do suposto esquema golpista, que envolvem 14 acusados. Já o julgamento referente ao núcleo 3 está previsto para os dias 20 e 21 de maio.
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