Quedas hormonais, ondas de calor e alterações emocionais podem comprometer o descanso noturno durante o período
Mulheres na menopausa podem sofrer com insônia; entenda motivos | Freepik
Brazil Health - SBT

Com a redução do estrogênio, aumentam os episódios de ondas de calor e sudorese noturna, que interrompem o sono e comprometem sua profundidade. Já a queda da progesterona, hormônio com ação ansiolítica natural, favorece o surgimento de quadros de ansiedade, estresse e até depressão, que também afetam diretamente o descanso noturno.
Consequências do sono interrompido
O despertar precoce pode estar associado a causas mais complexas, como apneia do sono, estresse crônico, obesidade e hábitos inadequados no período noturno. A perda da qualidade do sono não compromete apenas o bem-estar imediato, mas também aumenta o risco de perda de memória, doenças cardiovasculares, arritmias, acidentes vasculares cerebrais e, em longo prazo, até Alzheimer.
A reposição hormonal pode ser uma estratégia eficaz em muitos casos, desde que não haja contraindicações. Utilizada em doses mínimas e com orientação médica adequada, ajuda a amenizar os sintomas da menopausa e a restaurar o equilíbrio hormonal necessário ao bom sono. Estudos sugerem que o estrogênio também interage com a melatonina, o hormônio natural do sono, o que reforça a importância dessa abordagem em casos indicados.
Tratamento e higiene do sono: o que realmente funciona
Infelizmente, um dos tratamentos mais usados ainda é a prescrição de medicamentos indutores do sono ou benzodiazepínicos, que oferecem alívio temporário e podem causar dependência física. Antidepressivos também são prescritos, mas o benefício é variável e muitas vezes passageiro.
A abordagem mais eficaz e segura continua sendo a adoção de uma boa higiene do sono. Entre as recomendações mais importantes estão:
Manter o quarto escuro, silencioso e fresco;
Evitar telas e luz intensa pelo menos duas horas antes de dormir;
Usar a cama apenas para dormir ou para relações sexuais;
Evitar atividades físicas próximas do horário de dormir;
Reduzir ao máximo a ingestão de cafeína e estimulantes após o meio-dia;
Praticar técnicas de relaxamento, como meditação ou respiração guiada;
Se os sintomas persistirem ou interferirem significativamente na qualidade de vida, é fundamental procurar orientação médica. O climatério é uma fase de transição complexa e multifatorial, e o tratamento deve considerar o contexto hormonal, emocional e metabólico de cada mulher.
*Maurício Yagui Hirata é endocrinologista. Membro do corpo clínico dos hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês. Membro da Endocrine Society, European Society e American Association of Endocrinology credenciado pelo CRM-SP 59813 | RQE 088604
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