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segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Taxas curtas de juros futuros ficam perto da estabilidade após fala de Galípolo

Taxas terminaram dia em leve baixa, em sintonia com recuo dos rendimentos dos Treasuries
Foto: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil
Após cederem durante a maior parte da sessão, as taxas dos DIs de prazos curtos fecharam nesta segunda-feira (12) próximas da estabilidade, precificando mais de 80% de probabilidade de a taxa Selic subir em setembro, em meio a comentários do diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, de que a alta de juros “está, sim, na mesa”.

Segundo informações do portal InfoMoney, entre os contratos mais longos, as taxas terminaram o dia em leve baixa, em sintonia com o recuo dos rendimentos dos Treasuries no exterior.

No fim da tarde a taxa do Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 — que reflete a política monetária no curtíssimo prazo — estava em 10,75%, ante 10,742% do ajuste anterior. Já a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 11,54%, ante 11,539% do ajuste anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,54%, ante 11,554%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 11,59%, ante 11,846%, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 11,58%, ante 11,614%.

No exterior os rendimentos dos Treasuries sustentavam leves baixas durante a sessão, com investidores à espera do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos (EUA), a ser divulgado na quarta-feira.

Esse viés de baixa favoreceu o fechamento da curva de juros brasileira durante boa parte do dia, incluindo entre os contratos mais curtos. Às 9h06, pouco depois da abertura, a taxa do DI para janeiro de 2025 estava na mínima de 10,70%, em queda de 4 pontos-base ante o ajuste da sexta-feira. Na ponta longa, o vencimento para janeiro de 2031 tinha taxa de 11,43%, em queda de 19 pontos-base.

O recuo firme das taxas no Brasil também dava continuidade ao forte movimento de baixa visto na sexta-feira.

Ao longo da sessão, porém, as taxas foram recuperando força, se reaproximando dos níveis de sexta-feira, em especial entre os contratos mais curtos. A virada nos contratos de curtíssimo prazo ocorreu após comentários de Galípolo em evento em São Paulo.

Segundo ele, a possibilidade de alta na taxa Selic está, sim, sobre a mesa do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. Em evento promovido pela Warren Rena, Galípolo disse que a autarquia fez uma transição de comunicação, saindo de um ciclo de corte nos juros e passando a afirmar a possibilidade de conviver com uma taxa mais restritiva por mais tempo. Mas, segundo ele, essa mensagem foi lida como uma retirada da possibilidade de alta nos juros.

“Isso não é a realidade do diagnóstico do Copom. A alta está na mesa, sim, do Copom, e a gente quer ver como isso vai se desdobrar”, disse.

Após os comentários de Galípolo a taxa do DI para janeiro de 2025 zerou as perdas de mais cedo, com a curva de juros precificando chances ainda maiores de a Selic, atualmente em 10,50% ao ano, de fato subir em setembro.

Perto do fechamento a curva brasileira precificava 82% de probabilidade de alta de 25 pontos-base da Selic no próximo encontro do Copom. A probabilidade de manutenção em 10,50% ao ano estava em 18%. Na última sexta-feira os percentuais eram de 80% e 20%, respectivamente.

O rendimento do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — caiu 4 pontos-base, a 3,902%.

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