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quinta-feira, 8 de agosto de 2024

Lula quer convocar governadores para discutir segurança e volta a defender maior participação do governo

Matheus Teixeira/Folhapress
Divulgação
Após um ano e meio de mandato, o presidente Lula (PT) afirmou nesta quinta-feira (8) que quer inserir o governo federal no trabalho de segurança pública do país ao lado de governadores e prefeitos. Para isso, disse que irá convocar os 27 gestores estaduais para fazer uma apresentação do programa a ser lançado pelo Executivo na área.

O mandatário contou que fez uma reunião com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e todos ministros que foram governadores para preparar um plano de ação.

“Fiz uma reunião para que a gente prepare o esboço de política de segurança pública na qual o governo federal quer se inserir junto com os estados, para que a gente possa apresentar para a sociedade brasileira definitivamente uma política de segurança pública que envolva União, Estados e Municípios”, disse.

Ele afirmou que deseja compartilhar ações conjuntas e não pretende ter qualquer ingerência nem dar ordens aos entes da federação.

“A gente não pode brincar de fazer segurança pública. A gente sabe a dificuldade que é, a organização que está acontecendo no crime organizado nesse país, e no mundo inteiro. Porque o crime organizado virou uma multinacional de delitos, e muitas vezes estão muito à frente das polícias dos estados”, seguiu.

O Executivo federal vem enfrentando dificuldade com o tema. No primeiro ano de governo, o então ministro da Justiça Flávio Dino, que deixou a política para assumir um assento no STF (Supremo Tribunal Federal), lançou inúmeros programas, mas apresentou poucos resultados.

Lewandowski, desde que assumiu, seguiu no mesmo ritmo, sem grandes realizações no setor. No primeiro ano, o governo exaltou os investimentos em equipamentos, as apreensões de drogas e de bens de narcotraficantes, mas especialistas avaliaram a gestão como mal resolvida e com soluções paliativas.

O governo tem recebido críticas na área da segurança —que incluiu a defesa dos direitos humanos, acenos aos policiais militares e declarações sobre o enfrentamento ao crime organizado apontadas como desastradas e de viés bolsonarista.

A atuação na área foi alvo de conservadores, que reclamaram de leniência do governo, e também de progressistas, que viram prioridade na lógica de guerra às drogas.

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