Mutirão da Prefeitura de Itabuna, Santa Casa de Itabuna e Instituto de Cirurgia Bariátrica Metabólica
A pedagoga Jamile Silva Santos Costa batalhou por 10 anos para vencer a fila da cirurgia bariátrica e assegurar mais qualidade de vida. Bem acima do peso, com hipertensão, hipotireoidismo e sofrendo com problemas nas articulações, ela sempre esbarrou na falta de recursos financeiros e na dificuldade para conseguir uma vaga pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A esperança de Jamile Silva aumentou quando recebeu a confirmação de que seria uma das pessoas contempladas no mutirão da Prefeitura de Itabuna, Santa Casa de Itabuna e Instituto de Cirurgia Bariátrica Metabólica. Com recursos financeiros do Ministério da Saúde, as cirurgias foram iniciadas no sábado (27), no Hospital Calixto Midlej Filho (HCMF), com procedimento realizado em 25 pacientes, que receberam alta médica 24 horas depois. A meta é atender 60 pacientes por mês.
A pedagoga está entre os selecionados pelo município que devem ser submetidos a cirurgia nos próximos dias. “Sofro com uma série de complicações de saúde por causa da obesidade. Além de hipertensão e hipotireoidismo, tenho desvio na coluna. Já perdi um rim. Tudo isso por conta da obesidade. Estou muito confiante que minha vida será muito mais fácil depois dessa cirurgia”, relata Jamile Silva.
Quem também está entusiasmado e vivendo a expectativa para a cirurgia é o motorista Fábio Santos Braga, que era magro e praticava atividades físicas até os 24 anos. O trabalho, segundo Fábio Braga, o empurrou para uma vida sedentária, com noites mal dormidas e sem horário certo para as refeições. “O futebol ficou para trás. Vieram obesidade, hipertensão e colesterol alto. Agora, estou na esperança de ter uma qualidade de vida melhor”, afirma, esperançoso.
SONHO VIROU REALIDADE
De acordo com o provedor da Santa Casa de Itabuna, Francisco Valdece, nos próximos seis meses serão mais de 360 cirurgias bariátricas pelo SUS. “Estamos felizes por ajudar, com este mutirão, 361 pacientes que, há anos, esperavam por esse tipo de procedimento.
São pessoas que não tinham como bancar uma cirurgia dessa na rede particular e sonhavam com esse momento. O sonho virou realidade”, destaca o provedor. Todas as etapas do processo – que inclui pré, cirurgias, pós-operatório, por um período de seis meses, com acompanhamento de equipes multidisciplinares -, são feitas por equipes coordenadas pelo médico-cirurgião do aparelho digestivo Fabrício Messias, referência no tipo de procedimento. “Esse é um projeto-piloto. Não existe nenhum nesse modelo no país. O nosso contempla todas as fases do processo, com plano de ação para execução no período de 9 meses”, explica Fabrício Messias.
Os submetidos ao procedimento cirúrgico são captados pela Central de Regulação da Secretaria de Saúde de Itabuna. O médico alerta que o beneficiado deve enquadrar-se em alguns critérios de saúde, além de observado a situação em que a obesidade tem causado doenças. São selecionadas pessoas que estão com doenças como hipertensão, diabetes e obesidade grave.
Antes do procedimento cirúrgico são tiradas dúvidas e desfeitos os mitos, explica Fabrício Messias. O acompanhamento correto, destaca o médico, é muito importante para todo o processo. “A pessoa que passa pela cirurgia precisa mudar as rotinas e hábitos alimentares e deve incluir as atividades físicas na rotina diária”, alerta.
Segundo o médico, o paciente submetido à cirurgia bariátrica tem ganhos incalculáveis, com redução da necessidade de ida constante às unidades básicas de saúde e aos hospitais. “As pessoas obesas constantemente têm crise hipertensiva, diabetes descompensada e problemas de colesterol alto. Logo nos primeiros dias após o procedimento, em muitos casos não precisam usar boa parte dos medicamentos”, afirma.
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