Casos da doença registram um aumento de 194% nos últimos 15 dias
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O aumento do número de casos de Covid-19 na Bahia reflete na alta demanda por testes ofertados nas farmácias. Segundo levantamento do Sindicato dos Farmacêuticos do estado (Sindifarma), a procura pelos exames, rápidos e PCRs, cresceu em 30% nos últimos 15 dias. Conteúdo Correio
De 23 de outubro a 5 de novembro, o número de casos confirmados chegou a marca de 1.519, o que configura um aumento de aproximadamente 194% em comparação aos quinze dias anteriores, de acordo com Central Integrada de Comando e Controle da Saúde, da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). De 9 a 23 de outubro, o estado havia registrado 516 casos.
Esse aumento é um reflexo do crescimento na procura por testes da Covid no estado. É o que aponta o diretor e secretário de Imprensa do Sindifarma, Gibran Sousa. “A procura pelos testes aumentou em 30%. Em geral, as pessoas não especificam qual é o tipo de teste, mas os mais vendidos nas farmácias são, geralmente, os testes rápidos”, explica.
A alta demanda também é confirmada pelo diretor comercial da rede de farmácias Boa Farma, Cleiton Vieira. “Houve um aumento entre 20 a 30% na rede como um todo diante desse surto de Covid, apesar da nova variante ter um nível de letalidade um pouco mais baixa”, pontua.
Distante do auge da pandemia, os sintomas similares aos de um simples resfriado dificultaram o diagnóstico da doença, que tem se espalhado com maior facilidade na Bahia nos últimos dias. Por isso, a necessidade de realizar testes é importante para evitar a disseminação do vírus, que pode agravar quadros de pacientes com imunodeficiências, idosos e recém-nascidos.
Além de auxiliar no monitoramento das Secretarias de Saúde e evitar a disseminação do vírus em maior escala, a realização dos teste cumpre papel essencial na descoberta de novas cepas da Covid-19. É o que aponta a médica infectologista Áurea Paste,
“O vírus é muito mutável. Volta e meia, novas variantes são descobertas e isso precisa ser monitorado. A testagem é importante para que haja conhecimento das cepas que estão circulando, para que as vacinas sejam produzidas”, aponta a infectologista, salientando que a situação da Covid pode, futuramente, ser similar à gripe, com vacinas anuais”, explica a especialista, coordenadora da residência de Infectologia do Instituto Couto Maia (Icom).
A reportagem solicitou à Sesab quais cepas da Covid foram detectadas no estado até momento, mas não obteve respostas até o fechamento desta matéria.
Ainda conforme dados da Sesab, o mês de outubro registrou cinco mortes por Covid-19 e dez casos foram notificados de períodos anteriores. Nos primeiros cinco dias de novembro, três pessoas morreram por causa da doença.
Novos casos de Covid também influenciam na alta demanda por antigripais. Segundo Gibran Sousa, a busca por antigripais cresceu em até 60% nas farmácias do estado. O motivo é um tanto óbvio: os sintomas causados pelos vírus da gripe são muito similares aos da Covid-19.
“Muitas pessoas acabam tratando a Covid como uma gripe, não procuram postos de saúde, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais, para realizar os exames. Quando os sintomas gripais aparecem, acabam buscando a automedicação”, pontua Sousa.
Segundo o infectologista Adriano Oliveira, é praticamente impossível distinguir gripe, resfriado e Covid nas fases iniciais, mas salienta que as chances de ser uma gripe são mínimas, porque não vivemos uma onda de Influenza nesta época do ano.
“O que temos é uma onda de Ômicron. Então, se a pessoa apresenta febre, nariz entupido e espirro é Covid até que se prove o contrário”, afirma
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