Marcelo Ramos/BNews * Foto: Thaís Magalhães/CBF
O processo que pede o afastamento do presidente Ednaldo Rodrigues da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) voltou a tramitar no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro após mais de um ano e meio parado. A ação foi movida pelo Ministério Público, em 2018. As informações são do Globo.
À época, órgão questionou o estatuto da confederação por estar em desacordo com a Lei Pelé porque previa pesos diferentes para clubes nas votações para escolha dos presidentes. Internamente, a CBF se diz vítima de um golpe em andamento.
Devido à ação, a Justiça anulou em 2021 a eleição de Rogério Caboclo e determinou uma intervenção na entidade, nomeando Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, e Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol, como interventores. Essa decisão de colocar ambos no poder foi cassada em seguida.
De acordo com a reportagem, a CBF e o Ministério Público entraram em acordo extrajudicial e assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Com isso, o estatuto foi modificado dando peso de voto equivalente aos times das séries A e B, e uma nova eleição foi marcada. Em 2022, Ednaldo Rodrigues, que já vinha desempenhando a função de presidente interino foi formalmente eleito. Com isso, o processo foi extinto na 1ª instância.
Porém, Gustavo Feijó, que se elegeu vice da CBF na chapa de Rogério Caboclo, assim como Ednaldo, — e que pretendia concorrer à presidência — contestou a decisão em 2ª instância. Ele é aliado confesso de Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira, ex-presidentes da CBF e banidos do futebol.
Segundo Feijó, Mario Cunha Olinto Filho, o juiz de 1ª instância, não tinha atribuição para homologar o TAC e que a competência seria de desembargadores, que compõe a 2ª instância. Entretanto, o acordo entre as instituições já foi homologado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O pedido dele é que o TAC seja anulado, Ednaldo Rodrigues afastado e uma nova eleição marcada. E que um interventor seja nomeado até que o processo eleitoral se conclua.
A matéria ainda cita que nos bastidores o nome ventilado é de Rubens Lopes, presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro, e que também é vice da CBF, mas rompeu com a atual gestão, tornando isto público pouco antes da derrota do Brasil contra a Argentina.
O recurso de Feijó estava parado desde 24 de janeiro de 2022. Em outubro deste ano, o desembargador Luiz Umpierre de Mello Serra, relator do caso, pediu que o Ministério Público se manifestasse. Os procuradores responsáveis se posicionaram contrários ao pedido de Feijó.
Em 22 de novembro, um dia após a derrota da seleção para a Argentina, mesmo relatando o processo desde o início do ano passado, Umpierre se declarou impedido para julgá-lo por razões pessoais. O novo relator, desembargador Gabriel de Oliveira Zefiro, no mesmo dia que assumiu o caso, determinou que ele seja pautado para julgamento presencial. O magistado também incluiu no processo a avaliação de pedidos que foram feitos por outros ex-vices da gestão de Cabloco antes da homologação do TAC.
A atual gestão da CBF tem dito, internamente, que a dupla Ricardo Teixeira e Del Nero prepara um golpe contra Ednaldo Rodrigues para colocar em seu lugar alguém indicado por eles.
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