Por Edu Mota, de Brasília
Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputadas
Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do 8 de janeiro, nesta terça-feira (12), a cabo da Polícia Militar do Distrito Federal, Marcela da Silva Morais Pinno, disse que temeu por sua vida no confronto com manifestantes, e que esta foi o ato público mais agressivo que já atuou para conter. A cabo Marcela atuou no Batalhão de Choque para conter os invasores e chegou a ser jogada da cúpula do Congresso Nacional, de uma altura de três metros.
“Tenho experiências em outras atuações desde que ingressei na Polícia Militar, em casos de reintegração de posse que costumam ser violenta, estive no 7 de Setembro, mas jamais naquela proporção”, disse a cabo Marcela, detalhando o nível de agressividade dos manifestantes do 8 de janeiro em Brasília.
A cabo da PMDF explicou que após ter sido atirada da cúpula do Congresso, foi cercada por alguns manifestantes, e foi agredida com uma barra de ferro na cabeça, além de socos e chutes. Marcela disse que só saiu viva das agressões pela ajuda que recebeu de seus colegas de tropa.
“No momento que caí no chão, percebi o golpe com barra de ferro na cabeça. O capacete é blindado, defende de disparos. Inclusive, quando eu estava no chão, sendo agredida com barra de ferro, socos e chutes. Então, com um braço eu fazia a defesa do meu rosto, e com o outro eu fazia a contenção do meu armamento”, descreveu.
Junto com colega que também foi jogado da cúpula do Congresso Nacional, a então soldado Marcela Morais Pinno foi promovida a cabo pelo governo do Distrito Federal, no mês de maio. No seu depoimento, a cabo Marcela disse que os vândalos ainda tentaram confiscar sua arma de fogo, enquanto a agrediam com barras de ferro.
“Um coquetel molotov chegou a bater no meu escudo, mas ele falhou. Depois que eu fui atirada de três metros de altura, consegui retornar pela lateral do Congresso”, contou.
Em reposta a questionamentos da relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), e de membros da CPMI, a policial militar do DF disse não ter visto crianças ou idosas na linha de frente dos invasores dos prédios públicos em Brasília.
“Na linha de frente dos manifestantes não havia crianças. Havia idosos e crianças mais atrás. Mas não na linha de frente. Era nítida a intenção de que eles estavam dispostos a tudo, inclusive, de atentar contra a nossa vida, como foi feito”, afirmou a cabo Marcela Morais Pinno.
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