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quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Trabalhadoras domésticas: Por que não valorizamos quem cuida da gente?

Pesquisa encomendada por Veja® ouviu profissionais de todo o País e constatou que 87% das entrevistadas sentem orgulho da profissão que exercem, mas desejam mudar de emprego

São Paulo, 15 de dezembro de 2021 - Racismo, assédio sexual e agressões verbais. Crimes previstos na legislação brasileira e que constituem, obviamente, em atitudes inaceitáveis para a grande maioria dos brasileiros. No entanto, situações como essas podem ser consideradas parte da rotina de trabalho de uma trabalhadora doméstica brasileira. É o que diz a pesquisa encomendada por Veja®, marca da Reckitt Hygiene Comercial com mais de 50 anos de tradição, com o objetivo de entender os principais desafios da categoria.

De acordo com Fernando Gama, Head de Marketing de Veja®, "a iniciativa de realizar um estudo sobre a o perfil da trabalhadora doméstica no Brasil dialoga com o propósito da marca de dar visibilidade ao problema social enfrentado por elas e contribuir com a conscientização da sociedade sobre a importância e desafios da categoria".

O levantamento foi realizado pelo Plano CDE, empresa de pesquisa e avaliação de impacto especializada nas famílias CDE no Brasil, que contou com a participação de 522 trabalhadoras domésticas de todo o território nacional, entre os meses de julho e agosto deste ano. Apesar dos desafios, a pesquisa mostrou que 87% das entrevistadas sentem orgulho da profissão. Contudo, 85% das trabalhadoras disseram que desejam trocar de ofício caso tenham a oportunidade, além de 78% relatarem que não gostariam que as filhas seguissem o mesmo caminho.

Desgaste emocional versus independência financeira
O paradoxo entre o orgulho e o desejo de mudar de carreira se deve ao fato de que 90% das entrevistadas se sentem independentes financeiramente por garantirem o sustento das famílias de uma forma honesta, porém também se sentem sobrecarregadas e pouco valorizadas. Entre os principais motivos para o desejo de uma mudança de carreira estão: ter um trabalho que permita uma rotina mais tranquila (38%); trabalhar com algo que sempre sonharam (32%); trabalhar com algo que pague um melhor salário (27%); e ter mais reconhecimento do valor como profissional (23%).

"Eu faço tudo, até cozinhar, sem registro, arrumo, lavo, passo. Sem registro não tem parte boa não; [...], podia ter pelo menos o registro né. Foi o que apareceu! Tenho cursos, estudo. Melhor estar lá sem registro do que tá sem trabalho", desabafou uma mensalista informal de 44 anos, residente da cidade de São Paulo. Outra profissional relatou que sonha com a contratação formalizada. "Eu sei dos meus direitos, 13º, férias. Eu gostaria que ele assinasse a minha carteira, só que eles não têm como", finaliza. Por outro lado, algumas profissionais não veem a formalização do trabalho com bons olhos, principalmente aquelas que desejam mudar de profissão, uma vez que acreditam que isso irá manchar a carteira de trabalho e dificultar, ainda mais, uma recolocação.

Para Lívia Berrocal, gerente de propósito da Reckitt Hygiene Comercial, por mais que os direitos estejam garantidos legalmente pela Lei Complementar 150, a PEC das Domésticas, de 2015, estas profissionais enfrentam a dura realidade dentro de residências de famílias que não garantem direitos essenciais. "É obrigação legal para todos os empregadores que contratem formalmente a profissional que trabalha na mesma casa por mais de duas vezes na semana. Foi uma caminhada de mais de 80 anos para que existisse uma lei para a trabalhadora doméstica e precisamos, como sociedade, fazer valer" destaca.

"O intuito da pesquisa foi dar voz a estas profissionais que garantem a limpeza e a higiene de casa e estabelecimentos comerciais. A pesquisa tem extrema importância não só para a marca, mas para a sociedade. Nós sabemos que ainda existe um longo caminho de muita luta, mas poder trabalhar com este propósito junto a uma marca que é líder de mercado em limpeza é muito gratificante. Nosso desejo é chamar a atenção para os desafios dessas profissionais e, consequentemente, fazer com que suas relações trabalhistas sejam, de fato, justas", complementa.

Pesquisa Qualitativa
Além da pesquisa quantitativa, em todo o território nacional, o levantamento contou com uma etapa qualitativa, realizada de forma imersiva, tanto em relação ao tema quanto à vida das trabalhadoras, com a participação de 18 profissionais das cidades de São Paulo (SP) e Recife (PE).

Já na pesquisa qualitativa, foi possível identificar depoimentos de trabalhadoras em relação ao tratamento em que elas são submetidas em seus empregos. "A Constituição pode mudar 10 vezes, mas o respeito depende da pessoa", contou uma mensalista informal de Recife, que é casada e tem 43 anos. Para outra profissional também de 43 anos de idade, residente da mesma cidade, "trabalhar em casa de família é assim, umas são boas, outras não", desabafa.

De acordo com Lívia Berrocal, o levantamento também é relevante para mostrar outros abusos que são cometidos pelos contratantes. "A pesquisa nos deu um panorama de situações humilhantes, como testes de confiança com câmeras escondidas espalhadas pela casa ou até mesmo crimes de injúria racial e assédio sexual", lamenta.

Perfil da trabalhadora doméstica no Brasil
A pesquisa realizada por Veja® também possibilitou a identificação do perfil desta profissional no País. De acordo com o levantamento, 69% das diaristas e 58% das mensalistas são negras, sendo que 41% entre as diaristas e 39% das mensalistas, afirmaram que não completaram o Ensino Médio. Ainda, mais da metade das trabalhadoras tem outra pessoa na família exercendo a profissão, conforme apontaram 53% das diaristas e 55% das mensalistas.

Veja Com o Coração
Veja®, por meio do programa Veja Com o Coração, possui o propósito de cuidar com amor transformando lares para todos, que está conectado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 10, da ONU (Organização das Nações Unidas), que é o de Redução de Desigualdades. O programa tem como objetivo valorizar e dar protagonismo às trabalhadoras domésticas no país, dando visibilidade ao problema social enfrentado por elas, promovendo qualificação socioprofissional e contribuindo com a conscientização da sociedade sobre a importância e desafios da categoria. Para isso, a marca conta com a parceria da Organização da Sociedade Civil THEMIS - Gênero, Justiça e Direitos Humanos, que atua na defesa e na promoção dos direitos das mulheres, e da Fenatrad - Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas.

A marca possui o "Veja Seus Direitos", material disponível para as trabalhadoras e empregadores sobre os direitos trabalhistas da categoria, além de uma série de aulas online e Lives gratuitas em parceria com o Indique uma Preta, consultoria especializada em conectar mulheres negras com o mercado de trabalho, para abordar temas como construção de carreira, direitos trabalhistas e futuro do trabalho doméstico. Veja também ajudou a contar a história de oito trabalhadoras domésticas em uma parceria com o Art of Love, movimento artístico e social que retratou o amor por meio de obras em formato de coração, assinadas por artistas e moradores de comunidades da cidade de São Paulo.

Para mais informações, acesse o site.

Sobre Veja®
Veja® é uma marca brasileira de limpadores de superfícies com mais de 50 anos de mercado. Pertencente à Reckitt Hygiene Comercial, Veja tem o propósito de cuidar com amor transformando lares para todos em forma de produtos de limpeza eficientes. É por meio do programa Veja com o Coração que atua valorizando às trabalhadoras domésticas, trazendo visibilidade ao problema social enfrentado por elas e apoiando a qualificação socioprofissional dessas profissionais. A marca possui mais de 80 produtos em seu portfólio, que vão desde o tradicional Veja Multiuso até os mais recentes lançamentos, como Veja Multiuso Antibac, Veja Pets e Veja Power Gel.


Sobre o Grupo Reckitt


O Grupo Reckitt* existe para proteger, curar e nutrir na busca incansável por um mundo mais limpo e saudável. Acreditamos que o acesso à higiene, ao bem-estar e à nutrição de qualidade é um direito, não um privilégio. O Grupo Reckitt é a empresa por trás de algumas das marcas de consumo mais amadas e confiáveis do mundo em higiene, saúde e nutrição, incluindo Enfamil, Sustagen, Strepsils, LuftaGastro, Naldecon, Durex, Olla, Jontex, Lysol, Dettol, Veet, Harpic, Veja, SBP, Mortein, Finish, Vanish, Woolite, Bom Ar e muito mais.

Todos os dias, mais de 20 milhões de produtos do Grupo Reckitt são comprados em todo o mundo. Sempre colocamos os consumidores e as pessoas em primeiro lugar, buscamos novas oportunidades, excelência em tudo o que fazemos e construímos sucesso compartilhado com todos os nossos parceiros. Visamos fazer a coisa certa, sempre.

Somos um time global diverso de mais de 43.000 colaboradores. Usamos a nossa energia coletiva para atender às nossas ambições de marcas com propósitos, um planeta mais saudável e uma sociedade mais justa. Saiba mais ou entre em contato conosco pelo site.

*Reckitt é o nome comercial do grupo de empresas Reckitt Benckiser

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