por Lula Bonfim / BN
Foto: Enaldo Pinto / Ag. Haack / Bahia Notícias
O Conselho Estadual de Saúde recomendou, nesta sexta-feira (12), que às autoridades sanitárias, aos gestores municipais e ao governador Rui Costa (PT) que só liberem o Carnaval 2022 com base no monitoramento de indicadores sanitários, especialmente relativos à Covid-19. A recomendação foi construída após uma reunião ordinária, realizada na quinta (11).
Segundo a recomendação, os indicadores devem incluir: média móvel semanal de casos de Síndrome Gripal. Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e de Covid-19, por 100 mil habitantes; fila de espera de pessoas por dia para os casos de SRAG; percentual de testes positivos durante os últimos 15 dias que antecedem a data de realização da folia; números proporcionais de novos casos e a taxa de transmissão no município de realização do Carnaval por um período de 15 dias; e cobertura vacinal contra a Covid-19 no Brasil, na Bahia e nos municípios em que ocorrerem a festa.
O Conselho também recomenda a exigência de vacinação completa para o público; adoção de medidas que reforcem à população a importância dos protocolos de segurança sanitária; e a não utilização de verbas públicas da Saúde no custeio do carnaval, mesmo que destinados ao atendimento dos foliões.
Em entrevista ao Bahia Notícias, o presidente do Conselho Estadual de Saúde, Marcos Sampaio, afirmou que a realização do Carnaval não seria uma medida segura neste momento. Para ele, a estabilidade em um contexto de baixa testagem pode camuflar a real situação sanitária.
“Hoje não tem condição. Se você pegar os números, você verá que os indicadores não baixam. Há estabilidade. Isso sem fazer testagem em massa. A gente não está em uma cidade, em um estado, que testa a população em massa. Isso significa que não há condições. Talvez seja um desastre. Pós-carnaval, sempre tem a virose do momento. Hoje, seria a Covid”, declarou Sampaio.
Por outro lado, ele considera que é possível que, até o fim de fevereiro, Salvador e a Bahia reúnam condições de realizar a maior festa de rua do planeta. Tudo depende, é claro, do avanço da vacinação.
“O parâmetro são os indicadores. Se a gente tiver um volume de pessoas totalmente vacinadas de 80% a 90%, com certeza os indicadores estarão em queda. A campanha agora é que as pessoas tomem vacina. Isso é o que vai assegurar a realização do Carnaval. Se o indicador cair, a gente vai poder fazer o Carnaval da comemoração”, previu Marcos Sampaio.
Sobre a recomendação de que governo do estado e prefeitura de Salvador não utilizem recursos públicos da Saúde para a estruturação do atendimento aos foliões, o presidente do Conselho defendeu que as cervejarias patrocinadoras da festa banquem toda a estrutura.
“O Carnaval acaba sendo uma festa onde os próprios empresários do carnaval lucram, então eles é que deveriam bancar a estrutura. O dinheiro da Saúde não é necessário para a estruturação da festa. A maior parte das pessoas atendidas são por abuso do uso de álcool. Então que as cervejarias banquem esse atendimento”, finalizou.
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