Yamila foi "adotada" por Alessandra após se conhecerem em leito de hospital
- Foto: arquivo pessoal
A amizade entre a babá Alessandra Nunes Gonçalves Gomes, de 42 anos, e Yamila surgiu em um quarto de enfermaria no final de 2020. Elas eram vizinhas de leito.
Alessandra ficou muito comovida pela história da jovem, que é deficiente visual, diabética, com graves problemas renais e sozinha nesse mundo. Ela foi abandonada pela família e morava num quartinho alugado.
A babá prometeu que, se ela curasse da covid-19, levaria a jovem para casa. E depois que se recuperou, em novembro passado, a babá honrou com o trato. Hoje Yamila mora na casa de Alessandra, junto com os filhos dela. Por Monique de Carvalho / https://www.sonoticiaboa.com.br
“Nunca pensei que através de uma doença tão grave e uma longa internação pudesse surgir uma amizade assim. Yamila é uma moça frágil, desamparada e que precisava muito de amor, ajuda e apoio. Ela já me vê como uma mãe e sei que ganhei mais uma filha”, disse a babá à Marie Claire.
Internação por Covid-19
Yamila (de rosa) e Alessandra – Foto: arquivo pessoal
Alessandra inicia o depoimento contando que em dezembro de 2020 ficou internada após ter 75% do pulmão comprometido por causa da Covid-19. E foi quando ela teve o primeiro contato com Yamila.
“No hospital, os leitos eram separados por panos, nenhum paciente se via. Ao lado, havia uma moça que logo puxou assunto. Yamila já estava em tratamento havia dez dias”, explica a babá.
Yamila compartilhou com Alessandra que era deficiente visual há dois anos, decorrente de uma crise provocada pela diabetes.
“Fiquei chocada quando soube que, por conta disso, a família dela a havia abandonado. No período em que estive lá, ninguém foi visitá-la, ou procurou saber notícias dela. Estava sozinha e totalmente abandonada. Me compadeci de Yamila”, continua Alessandra.
“Sua tragédia, porém, era maior, bem maior. Além da diabetes, ela havia nascido só com um rim e esse estava comprometido desde que seu apêndice havia estourado. Por conta disso, fazia hemodiálise três vezes por semana. Sempre sem companhia. Nenhuma”.
Ela fez uma promessa
Alessandra disse que, sem ao menos ver o rosto da jovem, ela fez uma promessa: se sobrevivesse à covid-19, iria ajudá-la.
A babá relata que durante esses 10 dias, conversava bastante com Yamila e que se emocionou quando uma enfermeira levantou o pano para que Alessandra pudesse ver a nova amiga.
“Chorei muito por vê-la naquela situação: tão frágil, abandonada. Também sou diabética e senti em mim a dor dela”, conta.
Quando recebeu alta do hospital, Alessandra conta que ligava diariamente para saber como Yamila estava.
Dias depois, a babá soube que a amiga tinha sido curada da Covid, mas devido ao problema nos rins, estava internada em outra ala.
E foi quando Alessandra honrou com a promessa que havia feito para Yamila. Após a alta da jovem, a babá a levou para casa, adaptou um quarto e ela já faz parte da família.
Alessandra é casada, tem três filhos biológicos e quatro adotivos, mas garante que há espaço e amor suficiente para Yamila no lar.
“A adaptação não tem sido fácil. Yamila tem algumas limitações, faz hemodiálise três vezes por semana, não toma banho, nem se veste sozinha. Os remédios, a insulina diária também sou eu que administro. Cuido dela com o mesmo amor que cuido das crianças. Essa é a minha missão nesse mundo: ajudar o próximo”, concluiu. Com informações de Marie Claire
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