O comando da Polícia Federal pediu informações nas 27 superintendências sobre fraudes eleitorais desde a implantação da urna eletrônica no Brasil em 1996. A ordem foi disparada no sistema interno da polícia duas horas depois de uma entrevista em que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, desafiou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a apresentar provas de fraudes nas eleições de 2018. As informações são da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo.
Bolsonaro tem afirmado reiteradas vezes que venceu no primeiro turno e em live transmitida na última quinta-feira (17) ele disse que Aécio Neves (PSDB) teria vencido Dilma Rousseff (PT), em 2014. Ele diz ter provas da fraude, mas ainda não as apresentou. Na ocasião, ele ainda afirmou que pode haver uma convulsão social no país de Lula (PT) ganhar sem o voto impresso.
De acordo com a publicação, no ofício, o pedido é justificado pela criação da comissão especial que discute a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso, na Câmara dos Deputados.
Em nota a PF informou que a polícia não recebeu nenhum pedido oficial de informações vindo nem da comissão da Câmara que discute o voto impresso nem do TSE, mas que soube que haveria um pedido e decidiu se antecipar.
Segundo Gaspar, internamente, a comunicação foi vista como uma tentativa do diretor da PF de tentar encontrar formas de sustentar a afirmação de Bolsonaro de que teria havido fraudes nas eleições vencidas por ele. Há ainda a preocupação de que toda e qualquer denúncia, mesmo sem lastro, acabe sendo computada em estatísticas e informes sem qualquer filtro. Isso porque o ofício não pede comprovação das denúncias, mas tão somente “o andamento” de cada uma delas.
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