Foto: Reprodução/Câmara dos Deputados
O ex-presidente Michel Temer (MDB) assumiu o cargo mais importante da República como consequência de um processo de impeachment que abreviou o mandato de Dilma Rousseff (PT) no comando do país, o segundo impedimento desde a recente democratização do Brasil. Apesar de o mecanismo ter alçado o emedebista ao poder máximo para um político, Temer mostrou-se um crítico do processo.
“Não dá mais para aguentar essa história de a gente ter impeachment toda hora”, disse (confira a partir de 6’30). “A nossa Constituição é adolescente, vai fazer 33 anos daqui a pouco, e [nesse período] já tivemos dois impeachments. Se eleito outro presidente, logo vai começar uma nova campanha pelo impeachment. Não dá mais para viver em um país que só pensa nisso”, afirmou em entrevista ao Metrópoles.
Temer reconheceu que as manifestações populares engatilharam a derrocada do último governo petista, mas ao fazer uma leitura do cenário atual disse que não enxerga paralelos nem um ambiente favorável ao impeachment e consequente afastamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“Não vejo pessoas vocacionadas a decretar o impeachment do presidente. Isso dependeria, naturalmente, do gesto do presidente da Câmara dos Deputados. E eu não vejo essa tendência de deflagração do processo de impeachment”, assinalou.
Reconhecido pela capacidade de dialogar com representantes de diferentes matizes ideológicas, Temer disse que tem conversado com muitos agentes políticos em busca da construção de uma alternativa a candidatos que representem os extremos. Embora em franca atividade, o ex-presidente afastou, por ora, o desejo de concorrer a qualquer cargo nas eleições de 2022.
“Há um movimento muito intenso da chamada coluna do meio ou terceira via”, pontuou (10’9″). “Para o eleitorado é útil, porque o ruim é não ter opção: ou A ou B. Não é útil para a democracia”, disse.
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