> TABOCAS NOTICIAS : Pesquisa com voluntários indica que uma dose da vacina da Pfizer gera alta imunidade

sábado, 27 de março de 2021

Pesquisa com voluntários indica que uma dose da vacina da Pfizer gera alta imunidade

Efeito é constatado em 237 voluntários com idades distintas. Aqueles infectados pelo Sars-CoV-2 antes de receberem a vacina têm as defesas ainda mais reforçadas. Para os cientistas, os resultados reforçam a necessidade de imunizar toda a população
Correio Braziliense**Foto: Johann Groder/AFP
Apenas uma dose da vacina contra a covid-19 desenvolvida pelas empresas Pfizer e BioNTech gerou alta resposta imune em trabalhadores da saúde. O efeito ocorreu independentemente da idade dos imunizados. A boa notícia vem de um consórcio de cientistas britânicos que divulgou uma prévia das análises desse estudo no site da revista especializada The Lancet. O trabalho, que ainda não foi revisado por pares, também mostra que o imunizante gera um nível maior de proteção em pessoas já infectadas pelo novo coronavírus. Os pesquisadores acreditam que os dados reforçam a eficácia da fórmula e a necessidade de proteger toda a população.

“As vacinas são uma parte crucial do nosso roteiro para sair dessa pandemia. Para maximizar o impacto delas, é fundamental que entendamos a biologia subjacente, a forma como induzem imunidade em diferentes grupos de pessoas”, afirma, em comunicado, Paul Moss, pesquisador da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, e líder do consórcio de cientistas UK Coronavirus Immunology, que conduziu a investigação.

Nas análises, feitas entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021, os pesquisadores avaliaram amostras de sangue de 237 profissionais de saúde e monitoraram a resposta de duas moléculas de defesa do organismo — anticorpos e células T — após a aplicação da primeira dose da vacina da Pfizer/BioNTech. Além da ação expressiva do sistema imune de 99% dos analisados, observou-se que, em pessoas que haviam sido previamente infectadas pelo patógeno da covid-19, as respostas de anticorpos foram 6,8 vezes maiores e as de células T 5,9 vezes maiores, quando comparadas aos não infectados.

Segundo os investigadores, esse fenômeno pode ter ocorrido porque, após receber o imunizante, o organismo de indivíduos já infectados passa a reconhecer mais regiões da proteína spike, a principal molécula do patógeno, responsável pelo ataque ao sistema imune humano. “Embora a resposta à primeira dose do imunizante tenha sido menor em indivíduos virgens de infecção, ela ainda era equivalente ou melhor do que a imunidade em indivíduos previamente infectados antes deles receberem a vacina”, complementa Thushan de Silva, pesquisador da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, e também autor do estudo.
Mais pesquisas

A equipe lembra que a primeira dose da Pfizer, analisada no estudo, e a de outros imunizantes, como o da Oxford/AstraZeneca, oferece bons níveis de proteção. Entretanto, para obter proteção máxima, é vital completar a abordagem. “Ainda é importante que todos sigam as diretrizes anunciadas pelos governantes e especialistas para receber duas doses da vacina, mesmo se achar que já teve covid-19. Ainda assim, precisa passar pelas duas etapas”, enfatiza Paul Klenerman, também autor do estudo e pesquisador da Universidade de Oxford.

Os cientistas adiantam que mais pesquisas poderão ajudar a melhorar a compreensão sobre as respostas imunológicas desencadeadas pelo imunizante a longo prazo. “Trabalhos futuros vão avaliar quanto tempo essas respostas à vacina duram”, afirma Susanna Dunachie, também de Oxford. “Curiosamente, além da resposta imune robusta em todos vacinados, nós descobrimos que a vacinação melhora a amplitude das respostas das células T ao vírus em indivíduos previamente infectados. Em imunologia, essas surpresas são muito boas. Nosso estudo reforça a importância de estudar mais esses dois aspectos.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário