Leila Rocha
Recentemente, foi noticiada a intenção do ministério da economia de lançar um amplo pacote de medidas de combate ao desemprego. Pacotes de recuperação da atividade econômica e do emprego não são novidades no capitalismo contemporâneo. Assim, enquanto a proposta está sendo estudada pelo governo, cabe o resgate de iniciativas com propósitos similares.
No ano de 1933, o presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt lançou o New Deal, um programa de reforma e recuperação da economia norte-americana que vivenciava os anos de depressão após crise de 1929. Em linhas gerais, o New Deal consistiu num conjunto de ações coordenadas do Estado para a reestruturação dos sistemas financeiro e produtivo, do mercado de trabalho e do sistema de proteção social norte-americanos. Em grande medida, o programa possibilitou a expansão econômica norte-americana no período subsequente, assumindo a condição de potência hegemônica a partir da década de 1950.
O fraco desempenho da economia brasileira nos últimos anos e o aumento expressivo do desemprego nos levam à pergunta: o que podemos aprender com o Neal Deal? Embora não caiba na sociedade brasileira atual uma replicação da experiência pertencente a outro tempo e espaço, é importante considerarmos, em primeiro lugar, a necessidade coordenar ações de promoção do crescimento econômico, de melhora na competitividade a atividade produtiva nacional e de recuperação do mercado de trabalho. Nesse processo, papel ativo do Estado é essencial para equilibrar os interesses dos agentes econômicos.
Adicionalmente, é importante que medidas promotoras do crescimento econômico e do emprego, considerem a quarta Revolução Industrial em curso e possibilitem ciclos futuros de expansão. Pois, a exemplo das experiências pregressas, seu sucesso será medido a posteriori.
Leila Rocha Pellegrino - Pesquisadora e docente do curso de Administração de Empresas da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Possui graduação em Ciências Econômicas; Mestrado em Desenvolvimento Econômico e doutorado.
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