O jovem Ruan Rocha da Silva, de 19 anos, que ficou conhecido depois de ter sua testa tatuada com os dizeres “sou ladrão e vacilão” em 2017, foi condenado por roubo pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) nesta terça-feira (10).
A condenação diz respeito a um crime cometido pelo jovem no dia 14 de fevereiro de 2019, na avenida Doutor José Fornari, em São Bernardo do Campo. De acordo com o documento, Ruan tentou roubar um telefone celular, uma blusa de moletom e um valor em dinheiro de cerca de R$ 20 que eram de funcionárias da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Silvina.
Segundo a condenação, ele foi até o cômodo dos fundos da UPA, onde ficam os materiais de limpeza e onde os funcionários deixam seus pertences pessoais durante o trabalho. Como não tinha nenhuma vigilância no local, Ruan vasculhou o local em busca de bens para furtar. Ele, então, vestiu a blusa de moletom e mexeu nas bolsas das funcionárias, levando o telefone e a quantia em dinheiro.
Porém, no momento em que ele estava saindo, uma das funcionárias estava entrando no local para pegar um produto de limpeza e o flagrou. Eles, então, entraram em luta corporal e Ruan passou a gritar dizendo que não iria roubar nada.
Em seguida, o segurança do local ouviu os gritos e acionou a GCM (Guarda Civil Metropolitana). Em seu depoimento, Ruan disse que estava sob efeito de drogas quando praticou o crime, mas negou ter agredido ou ameaçado qualquer pessoa. As informações são do Yahoo
O jovem foi condenado a 4 anos e 8 meses de prisão em regime semiaberto e ao pagamento de 11 dias-multa. Em sua decisão, a juíza Sandra Regina Nostre Marques, da primeira Vara Criminal de São Bernardo do Campo, afirmou que “o próprio acusado declarou em seu interrogatório judicial que é usuário de drogas e praticou o crime para sustentar o seu vício, além de já ter se envolvido com a prática de crimes quando menor”.
Segundo ela, “tais circunstâncias evidenciam não só a sua má conduta social, mas ainda a sua personalidade desvirtuada, às voltas com a prática de delitos ao longo de sua vida, revelando total desprezo pelas normas de convivência social”. Além disso, a juíza afirmou que “o réu demonstrou ser pessoa perigosa ao convívio social”.
Os delitos citados pela juíza aconteceram em 2017 e em 2018. Há 2 anos, o jovem ainda era menor de idade e já tinha problemas com o vício em drogas. Na época, ele tentou furtar uma bicicleta e foi torturado por dois homens que tatuaram em sua testa a frase “sou ladrão e vacilão”.
A dupla foi descoberta na época e condenada pela Justiça. Maycon Wesley Carvalho dos Reis e Ronildo Moreira de Araújo seguem presos. Maycon cumpre pena em regime aberto e Ronildo, em semiaberto.
O outro crime cometido por Ruan aconteceu em 2018. Ele foi preso em flagrante depois de furtar desodorantes em um supermercado de Mairiporã. No entanto, foi paga uma fiança de R$ 1 mil e ele respondia em liberdade.
Com histórico de problemas com drogas, o jovem já foi internado em uma clínica para tratar sua dependência. Segundo o advogado Ariel de Castro Alves, conselheiro do Condepe (Conselho Estadual de Direitos da Pessoa Humana), “é lamentável o ciclo que ele vive, de dependência de drogas, envolvimento com pequenos crimes e a falta de respaldo familiar”.
“Ele é dependente de drogas e precisa de tratamento. A Justiça de São Bernardo do Campo falhou em não observar que ele é um doente e comete crimes por causa da dependência de drogas. A juíza de ofício poderia ter instaurado um incidente toxicológico, já que o vício dele é público e notório. Ou a promotoria e defensoria poderiam ter feito o pedido e ele iria para tratamento. No sistema prisional ele não vai se recuperar, muito pelo contrário”, constatou o advogado.
Segundo Alves, mesmo com a condenação por roubo, o caso pode ser revisto em um recurso ao Tribunal de Justiça para tentativa de roubo ou furto. (Yahoo)
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