Foto: Reprodução / GloboNews
Primeira delatora da Lava Jato, a doleira Nelma Kodama virou ré sob acusação de falso testemunho em inquérito relacionado à operação, informa a Folha.
Apresentada pela procuradora da República Yara da Silva Sprada, a denúncia contra a doleira foi aceita no dia 14 de agosto pelo juiz Luiz Antônio Bonat, da 13ª Vara Federal de Curitiba.
As declarações colocadas em xeque foram feitas por Nelma em 2015, quando ainda estava presa e não tinha fechado os termos do acordo de delação.
As afirmações integram um inquérito que investigava a suspeita de que um grupo de delegados e advogados produziu um dossiê contrário à Lava Jato. Por falta de provas, o inquérito foi arquivado em 2017.
A doleira apontou um delegado e um escrivão da Polícia Federal como supostos participantes de um conluio contra a Lava Jato. As falas, porém, são contestadas por registros e outras testemunhas.
Um dos exemplos é citado pela reportagem: em abril de 2015, Nelma reconheceu uma fotografia do delegado da PF Rivaldo Venâncio e afirmou que o profissional “constantemente frequentava o corredor em frente às celas de Alberto Youssef, mantendo contato com o mesmo”. Por G1
No ano seguinte, a doleira reiterou o conteúdo do depoimento, inclusive com a afirmação de que não sabia “precisamente o número de vezes que tais encontros ocorreram, mas foi mais de uma vez” e que acreditava “que tenha sido uma conversa sobre amenidades, pelas risadas que ouviu”.
Em representação contra Nelma, o delegado indicou um único registro de entrada no local, acompanhado por procuradores e por agentes da polícia, durante inspeção feita pelo Ministério Público Federal (MPF).
Rivaldo disse que, na ocasião, “viu pela primeira e única vez o preso Alberto Youssef”. Dois carcereiros e dois agentes da Polícia Federal também negaram que o delegado frequentasse a cela do doleiro e o próprio Youssef disse que não conhecia Rivaldo. *G1
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