Cerca de 6,62 milhões de turistas estrangeiros visitaram o Brasil em 2018. O número é praticamente o mesmo dos últimos três anos, mostrando uma estagnação no fluxo turístico para cá. Em 2017, o número ficou praticamente no mesmo patamar, com 6,59 milhões de visitas registradas. Contudo, os índices de satisfação de quem passou por aqui no ano passado foram altos, chegando a quase 90%.
Os dados foram apresentados ontem (11) pelo Ministério do Turismo e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O estudo partiu de entrevistas em 25 pontos (como aeroportos e fronteiras) para avaliar o perfil dos visitantes, incluindo motivação, forma de chegada ao Brasil e avaliações sobre a estadia.
A América do Sul é a principal origem dos visitantes estrangeiros, com quase 60% (4 milhões). O segundo continente com mais turistas foi a Europa, com 20% (1,46 milhão). O terceiro foi a América do Norte, lar de 10,4% (689 mil) de pessoas que viajaram para cá no ano passado.
No cômputo geral por país, a Argentina foi a principal origem (2,5 milhões de chegadas), seguida por Estados Unidos (539,5 mil), Chile (387 mil), Paraguai (356 mil), Uruguai (348 mil) e França (238,3 mil).
O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, chamou a atenção para a ausência de crescimento do número de visitantes e pontuou a necessidade de ampliar a vinda de estrangeiros ao país. “Há pelo menos 10 anos percebemos estagnação. Nos últimos três anos [o número de turistas estrangeiros] parou em 6,5 milhões, dos quais pelo menos 40% são argentinos”. Ele defendeu que ações adotadas pelo governo federal vão facilitar a vinda de estrangeiros, como a isenção de vistos em alguns países, a abertura ao capital estrangeiro do setor aéreo e mudanças na Lei Geral do Turismo.
Os argentinos, assim, formam um contingente expressivo dos turistas que visitaram o país, mas outras nações da região também foram locais importantes, como Chile, Paraguai e Uruguai. Segundo o gerente de projetos da Fipe, Weverton Monti, a situação econômica do país vizinho gerou uma queda do índice. Mas este foi compensado pelo crescimento do interesse de cidadãos de outras nações.
Um exemplo foram aqueles países cujos cidadãos passaram a tirar visto de acesso ao Brasil de forma eletrônica, agilizando o processo. Nesses locais, as viagens cresceram 45% no caso do Canadá, 24,7% no da Austrália, 13,3% no dos Estados Unidos e 5,5% no do Japão. Desde o fim de 2017, a concessão de vistos passou a se dar por meio eletrônico e, neste ano, o governo federal decidiu pelo fim da necessidade dessa exigência, que passará a valer no dia 17 de junho. Os brasileiros, contudo, ainda precisam tirar a permissão para visitar esses países.
Os destinos mais procurados dentro do Brasil em 2018 foram Rio de Janeiro, Florianópolis e Foz do Iguaçu. As três cidades estão há vários anos no topo do ranking dos locais mais visitados. Os autores do estudo destacaram também outras localidades dos estados do Rio de Janeiro e de Santa Catarina, como Búzios e Angra dos Reis, no primeiro caso, e Balneário Camboriú e Bombinhas, no segundo.
Já entre aqueles que se deslocam ao país para participar de eventos e atividades de negócios, o principal destino foi São Paulo, que recebeu 40% dos turistas nessa categoria. Em seguida vieram Rio de Janeiro e Curitiba. *Agência Brasil
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