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Pesquisa do Ibope, divulgada na quarta-feira 24, mostrou que o eleitor brasileiro não sente ter sido influenciado pelo WhatsApp em sua decisão de voto no primeiro turno das eleições presidenciais. Entre os 3.010 entrevistados pelo instituto, 75% disseram que informações negativas sobre outros candidatos não ajudaram em sua definição de voto. Da mesma forma, os dois postulantes que avançaram para o segundo turno, Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), foram igualmente impactados, ambos citados por 18% como alvos desse tipo de material. Também foi indicado que 56% dos eleitores afirmam ter ido atrás para se certificar da veracidade dos conteúdos, diminuindo, em tese, o impacto das fake news, as notícias falsas. Os dados precisam ser analisados com cuidado, alerta o analista Leonardo Barreto, doutor em Ciência Política pela Universidade de Brasília (UnB). O motivo, segundo ele, é que o eleitor não relaciona seu motivo de voto com um único fator — como “um conteúdo específico, a respeito de um postulante, que tivesse sido determinante e pudesse fazer a ligação”. De acordo com o cientista político, o eleitor brasileiro tem o histórico de relacionar seu voto com conversas que mantém com amigos e familiares, em um processo que, apesar de objetivo, é contínuo e assume um caráter quase coletivo. Nesse cenário, torna-se um desafio, tanto para afirmar quanto para negar o peso do WhatsApp, delimitar quais informações contribuíram para o clima no entorno do indivíduo e que o estimulou para a tomada de determinada decisão.
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