Lucas Borges Teixeira**Colaboração para o UOL**Arquivo Pessoal
A área em que o jovem de 18 anos foi atacado por um tubarão em Jaboatão dos Guararapesregistra o segundo maior número de incidentes dos locais monitorados em Pernambuco desde 1992. De acordo com o Corpo de Bombeiros, José Ernesto da Silva, morto na manhã desta segunda-feira (4), foi avisado sobre o risco de um mergulho no local no domingo.
O ponto, conhecido como Igreja de Piedade, registrou 12 dos 65 ataques de tubarão registrados em todo o estado desde 1992, de acordo com o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit). Este é o segundo incidente ocorrido na área em 2018.
A Igreja de Piedade, em frente ao local do ataque, fica na praia de Piedade, em Jaboatão, a segunda com maior incidência de ataques: 19 desde 1992. Só fica atrás de Boa Viagem, na vizinha Recife, com 24 registros.
O Corpo de Bombeiros informou ao UOL que, no último domingo (3), dia do ataque sofrido pelo jovem, houve mais de 20 intervenções na área. Silva foi um dos avisados sobre o risco que corria de ser atacado ao entrar na água. Ele estava nadando em um local impróprio quando foi mordido por um tubarão na altura da cintura.
"Esses animais estão no habitat deles. Existem áreas com presença maior e horário mais propícios, por isso fazemos estas intervenções. Grande parte do nosso trabalho é fazer a prevenção", afirma o sargento José Edinaldo, do Corpo de Bombeiros de Pernambuco.
Segundo o sargento, uma intervenção se dá quando o salva-vidas dá um aviso específico aos banhistas ou surfistas para saírem da água ou não passarem de certo ponto.
Edinaldo explica que, quando a maré está subindo, é um dos momentos que o banhista precisa ter maior cautela. "A quantidade de água aumenta, a água fica mais turva já que a corrente bate no solo e levanta a areia - o que aguça o instinto predatório do animal - e ele está a favor da corrente", afirma o militar.
"Se a água estiver clara e você está no décimo andar de um prédio, talvez consiga ver o tubarão, mas na linha da água, não. Esses animais têm instinto predatório e ficam praticamente invisíveis", afirma o sargento.
Por isso, Edinaldo insiste que banhistas e surfistas sigam os alertas dos bombeiros. "Usamos a nossa experiência para ficarmos mais atentos, pois é muito difícil de ver esses animais a olho nu", continua o militar. "Os guarda-vidas trabalham com a orientação, segui-las é a melhor maneira de evitar ataques."
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