Levantamento também apontou que 68% desconhecem a informação de que o atraso na aplicação da segunda ou da terceira dose.
Por Forte na Noticia
Nos últimos anos, o Brasil tem registrado uma queda na cobertura vacinal de crianças com menos de 2 anos. De acordo com dados da Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde, vacinas como a BCG (que protege contra a tuberculose), que era dada em praticamente todos os recém-nascidos, só imunizou 91,44% dos bebês no ano passado. As coberturas vacinais são baixas porque não tem vacina em quantidade suficiente, há atrasos nas entregas, há desabastecimento, porque os postos de saúde não funcionam em horários que atendam à disponibilidade das famílias e existe o desconhecimento (em relação à importância da vacinação) — lista o pediatra Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
A pesquisa “Doenças infectocontagiosas nos 2 primeiros anos de vida”, realizada pelo Ibope Conecta, a pedido da Pfizer, recolheu respostas de mil mães e pais de todo o país a respeito da saúde dos pequenos. Os resultados mostraram que, embora 94% dos pais classifiquem a vacinação como uma forma de proteção muito importante, 21% acreditam que a vacina pode causar a doença que deve prevenir e 27% que elas provocam, frequentemente, efeitos colaterais graves.
— Os dados da pesquisa indicam que ainda existe um amplo trabalho de conscientização a ser feito com esses pais e mães, já que vários mitos persistem nessas famílias. Por isso, disseminar informações confiáveis é imprescindível — afirma o diretor médico da Pfizer, Eurico Correia.
Adiantar ou atrasar doses afeta resultado
Quando o assunto é a segurança das vacinas, as incertezas dos pais se destacam na pesquisa. Mais de 20% dos entrevistados demonstram ter dúvidas sobre o assunto, de modo que 10% deles discordam, total ou parcialmente, da ideia de que as vacinas sejam de fato seguras.
— Tem gente que é contra a vacinação, diz que nunca se vacinou e não ficou doente. O que acontece é que, se ele está no meio de pessoas imunizadas, portanto não há quem transmita a doença. Mas se muitas pessoas pensarem assim, teremos uma recirculação de doenças que estão sob controle — explica Renato.
A maioria dos pais ouvidos na pesquisa não sabe que as vacinas oferecidas pela rede pública são diferentes das opções disponíveis nas clínicas privadas: a quantidade de doses e a cobertura imunológica diferem. O levantamento também apontou que 68% desconhecem a informação de que o atraso na aplicação da segunda ou da terceira dose pode interferir no resultado da imunização.
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