Por Robson Pires
A profusão de candidaturas presidenciais neste ano começa a diminuir à medida em que os partidos e pré-candidatos avaliam a real viabilidade de embarcar numa disputa marcada pela descrença dos brasileiros na política.
Com a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o anúncio do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa (PSB) de que não concorrerá, já ficaram pelo caminho dois dos mais fortes candidatos até o momento pelas pesquisas de opinião. E esse movimento não para por aí.
Nos últimos dias, o presidente Michel Temer passou a sinalizar que também desistirá e, aconselhado por dirigentes do MDB, seu partido, isso deverá ocorrer ainda neste mês. Se este plano for seguido, segundo uma fonte da direção partidária a par das negociações, o ex-ministro Henrique Meirelles (MDB) terá o mês de junho sem Temer na disputa para tentar fazer sua candidatura decolar. Se isso não acontecer, MDB antevê dois caminhos: partir para negociação mais efetiva com o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin; ou não apoiar ninguém no primeiro turno, focando nas eleições congressuais e aos governos dos estados.
Meirelles disse em entrevista à Bloomberg que o MDB prefere ter um candidato próprio e que as conversas no partido estão indo melhor do que ele esperava. “Quero mostrar que candidatura está viável.”
Outra pré-candidatura que estaria com os dias contados é do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), apesar das viagens que vem fazendo pelo país em pré-campanha e de publicamente integrantes do partido defenderem sua manutenção na disputa. Internamente, no entanto, Democratas avaliam que o deadline para que Maia desista é começo de julho, abrindo caminho para o DEM negociar participação em uma chapa com mais condições de vitória. Temer, Meirelles e Maia têm patinado nas pesquisas de opinião não ultrapassando a marca de 2%. Segundo a assessoria de Maia, “não há nenhuma conversa nesse sentido. Ele segue as agendas de viagens pelo país.”
“Rodrigo Maia, Temer e Meirelles têm pré-candidaturas postas mas não têm apoio real dos seus partidos para concorrerem. O único que tem apoio de fato do seu partido, o PSDB, é Alckmin”, disse o deputado decano Miro Teixeira (Rede).
Nenhum comentário:
Postar um comentário