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terça-feira, 19 de setembro de 2017

Bibi Perigosa real teme pelo futuro dos netos na Rocinha: "É um barril de pólvora"

Reprodução/Polícia Civil do Rio de Janeiro
18.set.2017 - Casa na Rocinha crivada de balas após tentativa de invasão de traficantes rivais
Assim como os milhares de moradores da Rocinha, comunidade da zona sul do Rio de Janeiro, Fabiana Escobar, 37, mulher que inspirou a novelista Glória Perez a criar a personagem Bibi Perigosa, de "A Força do Querer, não tem condições financeiras de deixar a favela para morar em outro lugar. Uma disputa de traficantes rivais pelo controle de venda de drogas levou o terror aos moradores no último domingo (17), com um tiroteio que durou ao menos cinco horas pela manhã.

"Não posso ter vontade de morar em outro lugar porque não tenho condições. Vou onde a mão alcança, não posso sonhar. É aqui que moro", disse Fabiana, que inspirou o papel interpretado pela atriz Juliana Paes. Fabiana já foi a "Baronesa do Pó" na época em que foi casada com Saulo de Sá Silva, o traficante Saulo da Rocinha, conhecido como o "Barão do Pó", que está preso desde 2008. Ela tem dois filhos e dois netos que também vivem na comunidade.

Na manhã desta segunda-feira (18), quando 400 policiais entraram na comunidade após a tentativa de invasão, ela ficou preocupada quando sua filha foi trabalhar.

"Ela trabalha em uma loja em um shopping que é ela quem abre. Muita gente tem que ir trabalhar porque o patrão não quer saber [do que acontece na favela]", afirmou Fabiana, que hoje trabalha como roteirista de cinema.

A situação na comunidade foi tensa na segunda-feira. A operação policial deixou ao menos um suspeito morto --segundo a polícia, ele foi encontrado com uma pistola e trocou tiros com agentes. Entre domingo e hoje, confrontos entre traficantes rivais e de criminosos com a polícia deixaram ao menos quatro mortos.

Foram localizados dois corpos carbonizados. A presença da polícia gera ainda mais apreensão entre os moradores.

Arquivo Pessoal
"A gente vive uma paz momentânea, qualquer coisa abala, é um barril de pólvora", diz Fabiana Escobar

"Na verdade, a gente vive uma paz momentânea, qualquer coisa abala, é um barril de pólvora. Não é de hoje que é assim. Hoje não aconteceu nada, mas está aquela tensão. São três 'canhões virados' para a gente", afirmou Fabiana, com uma metáfora sobre a presença da polícia além das duas quadrilhas que disputam o domínio do tráfico.

A violenta troca de tiros teria ocorrido porque aliados de Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, preso desde 2011, tentaram tirar da chefia do tráfico Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, que subiu ao posto com a prisão de Nem. O ex-chefe do tráfico na Rocinha não estaria satisfeito com a atuação de 157. LEIA TUDO AQUI

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