O presidente Michel Temer teve uma grande oportunidade para ficar calado e não atirar no próprio pé. Ele ontem usou a Presidência da República para atacar um servidor público que cumpriu o dever de denunciá-lo por corrupção passiva com base num laudo de 15 peritos que atestavam a qualidade da gravação feita na calada da madrugada num encontro na residência oficial da Vice-Presidência da República com um empresário investigado, Joesley Batista, um dos donos da JBS, com o agravante de insinuar que aquele servidor, o procurador-geral Rodrigo Janot, teria recebido propina para atacá-lo. Michel Temer disse em pronunciamento que o laudo reconhecido pela Procuradoria-Geral da República (PGR) não era válido, mas foi com base nele que acusou Rodrigo Janot de haver recebido propina. Para agravar mais ainda sua situação, o presidente Temer não desmentiu nada do que foi acusado, tanto por Joesley como por Janot. Sua maior luta agora é conseguir votos na Câmara dos Deputados, mas não para aprovar as reformas de que tanto fala, mas sim para se manter no cargo, pouco se importando com os problemas pelos quais o Brasil está passando, nem com os efeitos dos desdobramentos da crise provocam na economia. E ainda virão em mais duas acusações contra o presidente;
“Não sei como Deus me colocou aqui”, afirmou Michel Temer no pronunciamento feito diante de uma plateia que “voluntariamente” veio lhe dar apoio, apesar do “convite” feito por telefone, pessoalmente, bem como pelo Twitter e WhatsApp, ao qual atenderam parlamentares do chamado “baixo clero”, e sem a presença dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Que fique bem claro que Deus não tramou acusações contra Dilma Rousseff sobre suas “pedaladas fiscais”, não colocou Eduardo Cunha na presidência da Câmara para liberar o impeachment da ex-presidente, como também não colocou R$ 500 mil numa mochila para ser entregue a chefe do Executivo. É melhor que Michel Temer não envolva Deus em suas falcatruas porque ele castiga a quem usa o seu nome indevidamente. Está na Bíblia. por Airton Leitão
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