Por milhares de anos as pessoas têm procurado uma maneira de viver mais tempo. Para alcançar isso, cientistas têm realizado progressos notáveis no campo da saúde.
Mas de acordo com uma pesquisa publicação da revista Nature, em uma análise sobre o assunto, pesquisadores descobriram que mesmo se continuarmos a curar as doenças que afetam as pessoas na velhice, não é possível prolongar indefinidamente a vida humana. Segundo os autores Xiao Dong, Brandon Milholland e Jan Vijg, a questão é se existe ou não tempo máximo de vida assim como alguns organismos, ou se os fatores biológicos possuem limitações. Julia Moretto
Porém enquanto eles afirmam que os dados analisados “sugerem fortemente que a vida humana tenha um limite natural“, isso não significa que não possamos encontrar uma maneira de quebrar esse limite.
O que os dados mostram
Para responder essa questão, os autores do estudo analisaram dados demográficos de 41 países ao redor do globo. Historicamente, a expectativa de vida começou a se prolongar nos últimos cem anos, já que tínhamos eliminado muitas mortes que ocorriam logo no início da vida.
A introdução dos antibióticos, campanhas de vacinação e medidas para reduzir a mortalidade infantil e materna, possibilitaram-nos chegar à velhice. Para melhor avaliar esta questão, os autores analisaram as taxas de mortalidade de pessoas de 110 anos de idade ou mais nos EUA, Reino Unido, Japão e França.
Apesar de existir um número limitado de maiores de 110 anos – o que prova que os dados sobre a taxas de mortalidade não são conclusivos – a idade máxima registada de morte nesse grupo parece ter estabilizado por volta de 1995 – apenas dois anos antes da morte de Jeanne Calment, francesa que bateu o recorde de ser humano que viveu mais tempo na Terra. Ela morreu aos 122 anos de idade, em 1997.
Mesmo as pessoas mais saudáveis, que parecem ter os genes ideais para a longevidade, não viveram mais tempo desde então. Os autores escrevem que as chances de alguém viver até os 125 anos são cerca de 1 em 10.000.
Podemos quebrar o limite?
A questão agora é saber se os seres humanos poderiam superar os possíveis limites naturais. Os autores do artigo acreditam que os limites da vida humana não são, necessariamente, definidos pelas doenças que nos matam quando estamos velhos, mas sim pelos processos através dos quais nossos corpos se desenvolvem ao longo de nossa vida.
Mudamos, crescemos e nos reproduzimos, mas ao longo do caminho alterações físicas podem atrapalhar o processo natural. Dependendo das mudanças, as nossas células e organismos são incapazes de continuar. Até mesmo os tratamentos para doenças como Câncer e Alzheimer podem limitar o tempo de vida dos seres humanos.
Por essa razão, muitos pesquisadores de técnicas antienvelhecimento estão focados na ideia de melhorar o que é chamado “healthspan”. Os cientistas sabem que o envelhecimento está muito mais associado à biologia básica dos seres humanos do que a doenças. “Tratar o envelhecimento costumava ser apenas uma ideia que foi confrontada com ceticismo“, disse Valter Longo, professor de Gerontologia e Ciências Biológicas e o diretor do University of Southern California Longevity Institute. Ele tem desenvolvido uma dieta que poderia aumentar cerca de 10 por cento a expectativa de vida média, além de manter as pessoas mais saudáveis durante a vida.
Para Jan Vijg, pesquisador e um dos autores do estudo, não é provável que possamos descobrir como tratar todos os aspectos do envelhecimento. “O que você vai fazer? Desenvolver um medicamento para todos eles?”, completou. http://www.jornalciencia.com
Atualmente, pode ser difícil de responder a essa questão, mas há 200 anos era impossível para a maioria das pessoas imaginar viver até aos 80 anos de idade ou planejar enviar pessoas a Marte. Vijg diz que o que ele acha que é impossível certamente poderia mudar. [ Science Alert ] [ Foto: Reprodução / Pixabay ]
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