Por qual motivo o ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, não deu uma de "zagueiro-zagueiro" (expressão utilizada por um antigo técnico da Seleção Brasileira definindo um jogador de poucos recursos que convocara para a zaga, mas que não tinha vergonha de mandar a bola para fora do estádio e nem de dividi-la com vigor com o atacante adversário) e não rebateu de imediato o então ministro Geddel Vieira, negando-lhe o pedido para que ordenasse a alteração do projeto de um edifício em Salvador onde tinha um apartamento, mesmo sabendo que iria ferir a legislação sobre a preservação do patrimônio histórico da capital baiana? Em seguida, comunicaria o fato a Michel Temer, e se recebesse alguma pressão dele "botaria a boca no trombone", e falaria sobre a tal gravação da conversa do presidente pressionando para que atendesse a solicitação de Geddel;
É certo que Marcelo Calero fez um benefício ao país revelando como nossas autoridades têm grande velocidade para definir medidas de interesse pessoal, ao contrário dos projetos de interesse do povo, provocando o pedido de exoneração do cargo do gorducho coordenador político de Michel Temer. Para agravar ainda mais o estresse que rola em Brasília com as delações de 80 executivos da Odebrecht, agora temos até o próprio Chefe do Executivo podendo dar uma de bom moço, avisando que vetará o projeto de lei da Câmara caso ela venha com dispositivos que caracterizem algum tipo de "pacote de bondades" favorecendo parlamentares e seus familiares que tenham cometido crimes definidos em lei. O recado maior é para Michel Temer: é melhor tomar cuidado, porque o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, está muito interessado num impeachment dele, pois é o seu sucessor imediato. Não é sem razão que ele luta para ser reeleito para o cargo em fevereiro. por Airton Leitão
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