O governo Michel Temer ainda não produziu fatos que justifiquem tanto o otimismo que toma conta dos mercados internacional e interno em relação ao Brasil. Mas, ao contrário de Dilma Rousseff, delineou nortes: 1) perseguir o equilíbrio das contas públicas; 2) deslanchar concessões na infraestrutura com regras realistas; 3) mudar a orientação da política comercial e; 4) aperfeiçoar programas de distribuição de renda como o Bolsa Família.
São “propostas vento”, ainda longe de serem materializadas. E seu governo começou gastando (com funcionalismo) e fala pouco sobre os custos que serão impostos individualmente (no caso da Previdência) e a grupos (em eventuais cortes na saúde e na educação).
Limitar o aumento do gasto e reformar direito a Previdência são agendas abrangentes que nunca foram feitas, e que dependem do Congresso.
Como os mercados vêm “comprando” Temer, o vento a favor atual pode virar tempestade se as coisas começarem a dar errado. O quadro mostra que todo os emergentes têm sido beneficiados por investidores internacionais. Mas é o Brasil quem se sai melhor entre vários países, o que explica a valorização recente do real e da Bovespa. Uma reversão das expectativas, portanto, poderá ter impactos maiores justamente sobre nós.
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