Opinião: Um ministério sem crédito / por Samuel Celestino/Foto: Isaac Amorim/MJ
A crise que agora atinge o governo do presidente em exercício, Michel Temer, ao afastar o ex-ministro do Planejamento, Romero Jucá, é uma consequência encaminhada pelo próprio Temer. Ele montou um ministério que não merece o menor crédito. Cinco desses ministros, respondem a processos, indicados por partidos políticos interesseiros que o ajudaram a ascender ao poder, mesmo que provisório, embora as expectativas do retorno de Dilma Rousseff sejam pequenas. Não somente respondem a processos, mas boa parte é constituída por incompetentes. De tal ordem que, pelo menos, dois deles já criaram dificuldades ao se manifestarem dizendo bobagens em entrevistas à imprensa, o que levou o Palácio do Planalto a corrigi-los. Exceto a área comandada pelo ministro Henrique Meirelles, a da Fazenda, as demais terão que provar o que podem vir a fazer no governo. Ora, Romero Jucá, que passara a ocupar a presidência do PMDB, sempre esteve envolvido em complicações, como é sabido. Demorou no cargo apenas uma semana e três dias e desceu ao limbo. Não havia nenhuma possibilidade de permanecer, embora fosse tido “como da confiança” de Temer que o ofereceu um ministério chave. Está aí o resultado: em pouquíssimo tempo o governo mergulhou numa forte crise. É provável que outras estejam a caminho, oriundas do seu ministério, cuja capacitação está restrita, como dito acima, à pasta da Fazenda. Um deles, o líder do seu governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), vincula-se a Eduardo Cunha, que tem uma imagem comprometida e é detestado pela opinião pública. De tal modo que, em pouquíssimo tempo, Dilma ganha espaço cedido pelo ministério do presidente em exercício. É o que dá aceitar nomes impostos por partidos políticos, cujo único desejo é fatiar o poder. bn
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