PTN tentou colocar em pauta requerimento que cita declaração de Delcídio; para deputado do DEM, ação seria 'inócua'
RICARDO DELLA COLETTA/epoca.globo
O ex-presidente Lula (Foto: Adriano Machado / Reuters)
Fracassou há pouco uma manobra para convocar o ex-presidenteLuiz Inácio Lula da Silva. Durante a reunião da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, presidida por Alexandre Baldy (PTN), o deputado Ezequiel Teixeira, do mesmo partido, pediu que fosse incluído na pauta um requerimento para ouvir Lula. Em duas páginas, ele argumenta que o ex-líder do governo no Senado Delcídio do Amaral, cassado ontem, afirmou que tanto Lula quanto a presidente Dilma Rousseff "tinham pleno conhecimento da corrupção da Petrobras".
A inclusão do requerimento precisava ser referendada por ao menos 17 membros da comissão. Ao final, foram 16 votos "sim", um "não" e uma abstenção, o que fez a articulação não avançar.
Até mesmo deputados da oposição criticaram a iniciativa, sob o argumento de que, na véspera do afastamento de Dilma Rousseff, alvo de um processo de impeachment, a convocação de Lula não teria efeito. Isso porque as comissões apenas podem convocar agentes públicos - as demais pessoas podem ser convidadas. Embora o requerimento usasse a figura de "ministro nomeado" para justificar a convocação, parlamentares alegaram que a troca de governo esperada para amanhã tornaria o requerimento "inócuo".
"Eu sou o deputado que mais gostaria de ver o Lula convocado", disse o deputado Alexandre Leite (DEM), que deixou a sessão. "Mas o requerimento é tão inócuo quanto a decisão (de anular o impeachment) do Waldir Maranhão. Não vou participar disso".
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