por Roberta Pennafort | Estadão Conteúdo*Foto: Reprodução / GloboNews
O novo ministro da Cultura, Marcelo Calero, defendeu, em entrevista, um "ajuste" na Lei Rouanet, de financiamento de projetos culturais por meio de renúncia fiscal, e não uma revisão ampla, bandeira da gestão anterior, de Juca Ferreira. Em conversa por telefone, ele disse que no governo Michel Temer o setor terá mais atenção do que experimentou no da presidente afastada, Dilma Rousseff. "O fato de eu ser um funcionário de carreira deixa uma mensagem muito forte de que a gente está aqui estabelecendo políticas do Estado brasileiro, consistentes e duradouras. O presidente Temer deixou essa mensagem muito clara com essa escolha. [...] O governo Dilma jamais priorizou a cultura. Temos uma situação financeira muito complexa. O presidente Temer fez um compromisso de aporte emergencial. Faremos análise dos pagamentos pendentes, que são muitos", alegou. O ministro se disse disposto a negociar com os profissionais da cultura que ocupam prédios do MinC em 25 unidades da Federação e até a manter algumas atividades, como as que vêm movimentando o Palácio Gustavo Capanema, sede no Rio, tomada por artistas no dia 16. "Há ocupações extremamente exitosas, que deram nova função ao prédio, como a do Palácio Gustavo Capanema. Os pilotis sempre foram um lugar meio gélido. Agora têm ocupação artística de primeira linha, que acho que a gente tem a obrigação de manter em longo prazo", avaliou. Questionado sobre a dificuldade de negociar com os grupos, que dizem não o reconhecer como ministro, Calero minimizou: "Os ânimos estão exacerbados nesse momento, as paixões estão acirradas. O que todos queremos é o bem do Brasil". Apesar de defender que não há "encaminhamento" para a retirada dos manifestantesà força, o chefe da pasta disse que o governo deve cuidar para que haja "garantia do patrimônio. "As situações das ocupações são muito diversas. Há relatos de consumo de drogas, de menores envolvidos, de depredação do patrimônio, inclusive", sem identificar onde ocorreram os fatos. bn
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