por Fernando Duarte*Foto: Montagem/ Bahia Notícias
O Brasil está, há algum tempo, acometido de um grande problema na Saúde: falta de ministros que consigam falar das dificuldades da área sem cometer gafes. Desde o surto de Zika vírus, quando o então ministro da presidente Dilma Rousseff (PT), Marcelo Castro (PMDB) sugeriu que mulheres não engravidassem (lembre aqui), à ascensão do primeiro não médico, Ricardo Barros (PP), a assumir a pasta em alguns anos, a sucessão de declarações polêmicas não deixa o brasileiro ver a saúde sem sobressaltos. Nesta segunda-feira (16), Barros superou as expectativas. Em entrevista à Folha de S. Paulo, o novo ministro, no governo interino de Michel Temer (PMDB), afirmou que o governo não conseguirá mais sustentar direitos garantidos pela Constituição, como acesso universal à Saúde (veja aqui). O Sistema Único de Saúde (SUS), que funciona em frangalhos desde a promulgação da Constituição Cidadã, em 1988, pode não ser o exemplo máximo na máquina estatal brasileira. Promete a Carta Magna, o acesso universal à saúde a todos os brasileiros, sem qualquer restrição, como um direito inerente a qualquer um a nascer – ou a viver – na terra tupiniquim. É o SUS que garante que, do pobre ao rico, a saúde seja uma prerrogativa de qualquer cidadão. Como direito do brasileiro, é quase um dever para o Estado – vide as inúmeras decisões que obrigam os sistemas de saúde a custear despesas médicas das mais diversas especialidades e doenças. E, enquanto o SUS deveria ser um exemplo de como um Estado pode prover a população de um direito, quem comanda a Saúde que diametralmente o oposto: reduzir esse direito, já que “a capacidade financeira do governo para suprir todas essas garantias que tem o cidadão não são suficientes”, como disse Barros. Parece que o Ministério da Saúde precisa do SUS. bn
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