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domingo, 27 de setembro de 2015

Nova idade limite para reprodução assistida beneficia muitas mulheres, avalia especialista

Uma resolução apresentada na última terça-feira (22) pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) garantiu uma nova esperança para mulheres acima dos 50 anos que tenham o sonho de engravidar: está suspensa a idade limite para que pacientes do sexo feminino nesta faixa etária possam se submeter a procedimentos de reprodução assistida. 
A partir de agora, médicos e mulheres com mais de 50 anos poderão decidir juntos sobre a viabilidade de uma gestação em uma idade cujo relógio biológico feminino aponta como não tão adequada para gravidez. Em entrevista ao Bahia Notícias, a especialista em reprodução assistida Bela Zausner, diretora da Clínica Gênese, em Salvador, afirmou que apoia a nova resolução do CFM e ressaltou que ela trará uma responsabilidade maior para especialista e paciente. “A responsabilidade fica para o paciente e o médico responsável. Com essa nova resolução, fica uma responsabilidade melhor para o médico. Ele tem o discernimento de dizer se você está apta a engravidar, esse tipo de benefício, ele faz essa avaliação”.

A médica também explicou que “muitas mulheres se beneficiarão disto”, mas destacou que, apesar de o texto do Conselho representar a liberação das técnicas de reprodução assistida para mulheres acima dos 50 anos, isto não significa que todas poderão se submeter aos procedimentos. “Acho que é uma técnica que não será utilizada para todos. Porque você tem que ter uma mulher sadia, que possa levar uma gravidez a frente. Outras não poderão utilizar se, biologicamente, não puderem suportar. Todo mundo pode ter filho, aceitando os tratamentos que são pertinentes a este caso”, destacou.

Antes proibida por conta dos riscos que uma gravidez após os 50 anos pode trazer, o fim da idade limite para pacientes do sexo feminino passarem por procedimentos de inseminação artificial não indica que gestações nesta faixa etária sejam menos perigosas, segundo Bela. A especialista atenta para o fato de que o relógio biológico feminino é “mais acelerado” e que os riscos de desenvolver doenças como diabetes, hipertensão ou de o bebê nascer prematuro devem ser levados em conta pelo médico antes de avalizar o procedimento. “Essas mulheres têm que ser avaliadas por um clínico, cardiologistas, ter um aval para poder engravidar. São mulheres que, sim, podem engravidar, tanto que o Conselho liberou isto. Cada caso é um caso. É o médico que determina que você pode engravidar, que os riscos existem, mas a gente pode tomar conta, mas o médico também diz: ‘os riscos de doenças podem não valer a pena’”, ressaltou.

No texto, o CFM também fez concessões para um tema polêmico: o órgão permitiu que mulheres após os 50 anos possam atuar como “barriga solidária”. Bela Zausner explicou que estes casos funcionarão da mesma forma que nas inseminações artificiais em pacientes nesta faixa etária. “Funcionará da mesma forma das mulheres que queiram engravidar. Quando não existe na família alguém que possa emprestar a barriga, você pode lançar mão de outra barriga de forma da família. A proibição à comercialização continua”, afirmou. Apesar de as mulheres acima dos 50 anos terem ganhado uma nova opção na luta contra a natureza e o relógio biológico, Bela aconselha às pacientes a engravidarem mais jovens ou congelarem seus óvulos. “É bem melhor que elas tenham filho mais jovens. É muito importante que ela, mais jovem, tente preservar os óvulos dela, pois esses óvulos vão envelhecendo conosco. Preservem a sua fertilidade porque nós ganhamos longevidade”, aconselhou. Bahia Noticias

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