por: Samile Macedo
Se alguém lhe dissesse que o demônio vai colocar chips na cabeça das pessoas, para controlá-las, e que sua única tábua de salvação é se isolar numa comunidade religiosa supostamente protegida por Deus, você venderia tudo que tem, doaria suas posses e partiria para esse “universo paralelo”? Talvez pareça absurdo, mas ao menos seis mil pessoas acreditaram nessa e em outras histórias mirabolantes, baseadas num falso discurso religioso, e terminaram roubadas e exploradas – há registros de casos semelhantes em municípios da Bahia, São Paulo e Minas Gerais. Na madrugada de ontem, a Polícia Federal prendeu seis pessoas acusadas de liderar a seita religiosa Jesus, A Verdade que Marca, usada como fachada para cometer diversos crimes, entre eles, submeter pessoas a condições de trabalho análogas à escravidão. Duas das prisões foram realizadas na Bahia, segundo a PF. Ainda conforme a PF, a seita convencia os fiéis a entregar todos os seus bens e conviver em uma comunidade na qual “tudo seria de todos”. Em seguida, eram obrigados a trabalhar sem receber salário. Fortuna - A Polícia Federal calcula que a soma de bens doados pelos fiéis chegue a R$ 100 milhões. O nome da operação, De Volta a Canaã, é uma alusão a outra operação que já investigava a seita. A Operação Canaã, deflagrada em 2013, investigava a organização desde 2011 (ver ao lado). De acordo com a PF, 129 mandados judiciais foram cumpridos ontem. Além das seis prisões temporárias, os 190 policiais envolvidos na operação cumpriram seis mandados de busca e apreensão, 47 de condução coercitiva e 70 de sequestro de bens. A PF afirma que os líderes tinham carros e casas de luxo, a maioria bancada com dinheiro da exploração dos fiéis. Leia mais...
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