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domingo, 9 de agosto de 2015

Agosto, mês de azar e desgosto para políticos

Biaggio Talento / Editoria de Arte A TARDE l /Cau Gomez
Tormentas políticas e dados históricos fazem o oitavo mês do ano ser temido por muita gente

Se o mês de agosto é tradicionalmente considerado maldito, em especial para a política, em 2015 ele foi "gestado" ao longo do ano para parir uma tormenta de grandes proporções devido a todos os acontecimentos que vêm transformando o Brasil num país de baixo astral. Mas é preciso relembrar alguns episódios que criaram a má fama do mês.

O historiador Carlos Zacarias de Sena Júnior, professor do Programa de Pós-Graduação em História da UFBA e autor do livro "Os impasses da estratégia: os comunistas, o antifascismo e a revolução burguesa no Brasil 1936-1948", lembra que ao fato político mais famoso que transformou agosto no mês do desgosto, que foi o suicídio do presidente Getúlio Vargas (ocorrido em 24.8.1954), deve-se juntar a morte do presidente Juscelino Kubitschek, além da renúncia de outro presidente, Jânio Quadros.

Isso sem falar nos passamentos do governador Miguel Arraes e seu neto, o candidato à presidência Eduardo Campos, morto num desastre áereo em plena campanha no ano passado. Agosto também é lembrado pelos terríveis bombardeios atômicos das cidade japonesas de Hiroshima e Nagasaki, momento mais dramático da política internacional.

Pedaladas
Desde que assumiu seu segundo mandato, em janeiro, a presidente Dilma Rousseff (PT) vem atravessando um agosto interminável. Ao chegar no mês "maledeto", tenta aprovar ajustes econômicos num Congresso Nacional claramente hostil enquanto atravessa uma corda bamba aguardando a decisão do Tribunal de Contas da União sobre a aprovação ou não de suas contas de 2014 - onde teriam sido identificadas 13 irregularidades apelidadas de "pedaladas fiscais".

Uma acusação de abuso de poder econômico de sua campanha que tramita no Tribunal Superior Eleitoral também preocupa muito, pois ela está ligada aos fatos apurados na Operação Lava Jato.

A operação, comandada pelo juiz federal Sérgio Moro, tem transformado a vida do partido de Dilma, o PT, num calvário. Um símbolo do petismo, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, foi abatido no primeiro dia útil de agosto, dia 3, preso na etapa "Pixuleco" da Lava Jato. Antes dessa primeira semana terminar, saiu pesquisa Datafolha registrando uma desaprovação recorde de Dilma por 71% da população, a maior desde que o instituto passou a pesquisar o assunto.

"Não bastasse isso, há manifestações marcadas para o próximo dia 16. Pode haver prenúncio de tragédia, mas não se pode dizer que a culpa é do mês de agosto, porque o produto de toda essa crise vem dos outros meses do ano, e de outros anos", observa Sena Junior. Ele supõe que "talvez haja entre nós este hábito de misturar o pragmático com a crendice popular, algo que faz os governantes se aproximarem do povo. Se o comportamento é sincero ou não, é difícil dizer. Acreditar que 'agosto pode ser o mês do desgosto' pode ser também uma forma de dizer ao povo que o mau agouro pode passar, com o mês chegando ao fim".http://atarde.uol.com.br

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