Durante sabatina na Comissão de Constituição e Justiça, nesta quarta-feira (26), o senador José Pimentel (PT-CE) questionou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre a questão do financiamento empresarial das campanhas eleitorais, perguntando também sobre o andamento do chamado "mensalão do PSDB". Ele destacou também o fato de as doações eleitorais da construtora UTC, do empresário Ricardo Pessoa, delator na Lava Jato, serem consideradas criminosas apenas quando feitas à campanha da presidente Dilma Rousseff, do PT, sendo que o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que concorreu à presidência no ano passado, também recebeu doações da empreiteira investigada. "É possível uma empresa ter conta suja para financiar um determinado candidato e conta limpa sobre outro candidato? É possível fazer essa investigação, essa separação?" Antes de Janot responder, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) interrompeu o andamento da sabatina para protestar pelo fato de ter sido citado nominalmente pelo colega José Pimentel. "Eu confio na Justiça", disse Aécio, afirmando que, em todas as campanhas de que participou, sempre recebeu doações de maneira legal. Em sua resposta, Janot afirmou que o Ministério Público Federal tem posição contrária ao financiamento empresarial de campanhas, mas, na questão política, a decisão sobre o tema cabe ao parlamento. O procurador-geral da República acrescentou ainda que não sabe informar sobre os processos referentes ao chamado "mensalão mineiro", porque não são da sua alçada. A palavra voltou a Pimentel, que voltou a criticar o financiamento empresarial das campanhas, destacando que esta é a origem de grandes escândalos recentes, destacando o mensalão tucano, o mensalão do PT e a Lava Jato. "Chegou a hora de tirar o financiamento de campanha deste setor. Esta é a razão principal de não podemos ter dois pesos e duas medidas. Para um processo, há celeridade. O outro recebe o prêmio da prescrição, como o mensalão do PSDB, de 1998. Para boa parte dos suspeitos o crime está lamentavelmente prescrito." Em seguida, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) também criticou a "falta de equilíbrio" nas investigações da Operação Lava Jato e questionou Janot se ele é favorável ao financiamento privado de campanhas, lembrando que o julgamento está parado no STF.
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