O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta quinta-feira (4) que o governo vai ampliar a emissão de vistos em Porto Príncipe, capital do Haiti, para que imigrantes do país possam entrar no Brasil legalmente. O objetivo da medida, segundo o ministro, é combater a atuação de grupos que exploram imigrantes em rotas clandestinas.
"Devemos enfrentar as organizações criminosas que trazem para o Brasil, explorando economicamente a necessidade de haitianos, um conjunto de pessoas que chegam debilitadas, sem saúde, com fome. O que é obviamente inaceitável do ponto de vista dos direitos humanos", afirmou o ministro.
A decisão foi anunciada em Quito, após uma rodada de reuniões de Cardozo com ministros do Peru, da Bolívia e do Equador para discutir o assunto. Segundo o ministro, as autoridades foram "unânimes" na necessidade de combater a imigração ilegal.
"Nós não podemos estabelecer medidas que impeçam as pessoas de terem livre acesso aonde querem viver. É uma posição tradicional do Brasil e os outros países também concordam com isso", afirmou.
Cardozo afirmou que ainda devem ser discutidas outras medidas policiais e de "controle migratório legalizado" entre os países.
A entrada de haitianos no Brasil ganhou força depois que um terremoto devastou o país caribenho em 2010, matando cerca de 300 mil pessoas. A maior parte dos haitianos chega pela cidade de Brasiléia, no Acre. Só em 2015, foi registrada a entrada de mais de 7 mil pessoas.
Atualmente, o Brasil emite mais de 100 vistos por mês para cidadãos do Haiti, conforme o Ministério da Justiça.
O crescimento da imigração de haitianos preocupa, sobretudo, autoridades do Acre. O governador do estado, Tião Viana (PT), defende que a responsabilidade pela recepção dos imigrantes seja “compartilhada” por outros estados.
Para chegar até ao território brasileiro, os haitianos saem, em sua maioria, da capital haitiana, Porto Príncipe, e vão de ônibus até Santo Domingo, capital da República Dominicana. Lá, compram uma passagem de avião e vão até o Panamá. Da cidade do Panamá, seguem de avião ou de ônibus para Quito, no Equador.
Por terra, vão até a cidade fronteiriça peruana de Tumbes e passam por Piura, Lima, Cusco e Puerto Maldonado até chegar a Iñapari, cidade que faz fronteira com Assis Brasil (AC), por onde passam até chegar a Brasiléia, também no Acre. Fonte: G1
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