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sábado, 7 de março de 2015

'Ninguém se preocupava', diz operador sobre pagamento de propinas durante a Lava Jato

Do BOL, em São Paulo
Em audiência na Justiça Federal nesta quinta-feira (5), o empresário Shinko Nakandakari, que em delação premiada admitiu ter intermediado pagamentos de propina da Galvão Engenharia à Petrobras, afirmou que nem ele nem os executivos da empresa tinham preocupação com a Operação Lava Jato. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.
"Até que se deu a operação em novembro [de 2014, referência à sétima fase da Lava Jato, quando os executivos das empresas foram presos], a gente não tinha essa preocupação. Eu e o próprio Erton [Medeiros, diretor da Galvão,] não estávamos sabendo da profundidade, que isso pudesse chegar à Galvão", afirmou o operador após ser questionado pelo juiz Sergio Moro, que conduz o caso. Durante a Lava Jato, alguns dirigentes da empresa foram presos.

Segundo o empresário, a Galvão tinha uma necessidade "tão grande" de aprovar aditivos na Petrobras, principalmente referentes à obra da refinaria Abreu e Lima, que houve a liberação de pagamentos de propina. O papel de Shinko era intermediar a propina entre a Galvão Engenharia e a diretoria de Serviços da Petrobras, à época comandada pelo diretor Renato Duque, que tinha como gerente Pedro Barusco. Ambos recebiam propina, afirmou o operador.

Barusco também se tornou delator da Lava Jato e admitiu ter recebido repasses e tê-los compartilhado com Renato Duque. Duque nega as acusações.

Referente aos pagamentos de propina, o operador afirmou que a Galvão ficou devendo entre R$ 6 milhões a R$ 8 milhões a Barusco e cerca de R$ 2 milhões a ele próprio. Ele voltou a afirmar declarações que havia dado na delação premiada, como a de que fez pagamentos a Duque pessoalmente. E disse ter encontrado Duque cerca de dez vezes para fazer esses repasses, que eram de cerca de R$ 100 mil cada, totalizando R$ 1 milhão.

"Dentro desse processo todo, eu era espécie de peixe pequeno. A Galvão dava para mim os dados todos, valor que deveria passar para eles [Barusco e Duque], e me mandavam e-mail definindo os valores [da propina]", afirmou Shinko, que foi contratado pela Galvão em 2008 para "melhorar o ambiente" no relacionamento com a estatal.

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