A Bahia possui cerca de 50 mil pessoas que trabalham como operadores de Call Center. Apesar da elevada quantidade de vagas oferecidas diariamente pelas empresas do setor de Telemarketing, a cada dia, aumentam as reclamações e denúncias sobre as condições de precariedade do trabalho, demissões em massa, assédio moral, jornadas extras, degradação humana e desrespeito aos direitos trabalhistas.
A empresa “TEL Telemática”, localizada na Avenida ACM, responsável em prestar serviço de Call Center à Caixa Econômica Federal, demitiu uma média de 300 teleoperadores em setembro do ano passado. Elaine Souza, 25 anos, desligada em junho pela empresa e formada em Gestão Empresarial, destaca que muitos teleoperadores são forçados a pedir demissão ou são demitidos por justa causa devido à participação em manifestações e sindicatos que reivindicam benefícios trabalhistas.
“Uma grande parte das demissões tem origem na retaliação política na qual sofrem os operadores que se revoltam em relação à situação de exploração e assédio moral sentidos durante o expediente de trabalho”, explica.
Elaine Souza, após ser demitida da “Tel Telemática”, junto com outros teleoperadores e ex-teleoperadores de call center, fundaram a Associação dos Trabalhadores de Call Center do Estado da Bahia (ATRACALL) com o intuito de representar e defender os funcionários da área de Telemarketing. Segundo ela, um dos elementos causadores das recorrentes demissões encontra-se na ausência de uma regulamentação da profissão. “Como não é uma profissão regulamentada, as empresas podem, a qualquer momento, demitir os funcionários sem pagar os direitos trabalhistas. As demissões em massa ocorrem o tempo inteiro”, frisa.
A coordenadora da ATRACALL conta que a empresa GRENIT, prestadora de serviço de Call Center ao Banco do Brasil, demitiu cerca de 600 funcionários e não efetuou o pagamento das multas rescisórias, FGTS e o Seguro Desemprego. A maior parte dos funcionários desligados pela empresa havia participado de uma greve que durou cinco dias.
João Dantas, liderança sindical do Pólo Petroquímico, integrante da INTERSINDICAL e do Movimento Sem Teto Democrático e de Lutas, ao realizar uma panfletagem em frente a empresa “Tel Telemática” denunciando as péssimas condições de trabalho dos funcionários, foi processado na justiça Eleitoral por “difamação e calúnia”. Como a ação foi indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), a empresa entrou com outra ação na Justiça Comum alegando “perdas e danos” por causa das mobilizações lideradas pelo dirigente sindical. “ Estou respondendo na justiça porque estava panfletando contra o quadro de exploração dos operadores de Call Center. Constatamos que a liberdade de expressão desses trabalhadores está sendo cerceada”, destaca.
ASCOM\ jaqueline Barreto\(71)8788-7261\91337802
Do Portal Interior da Bahia
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