A pior crise de falta de água em São Paulo desde 2003 pode levar anos para ser corrigido. Há 11 anos, o Cantareira registrava 1,6% da capacidade em volume útil e só se recuperou completamente cinco anos depois. E para Marussia Whately, uma das fundadoras da Aliança pela Água, esse deve ser o tempo mínimo para que o Cantareira se recupere da crise atual. Antônio Carlos Zuffo, especialista em recursos hídricos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), explica que, mesmo com a chegada da chuva, o aumento do nível do Cantareira ainda vai demorar. A água da precipitação infiltra-se no subsolo, em um processo muito lento, a uma velocidade de milímetros ou centímetros por dia. “A água que se infiltrou hoje só vai chegar ao reservatório, dependendo do lugar em que ela caiu, dois, três ou até seis meses depois”, explicou. Por isso, Marussia defende que o governo paulista repense a estratégia de investimento em obras e passe a reduzir as perdas de água provocadas por vazamentos e captação irregular. “Trabalhar no combate às perdas é uma forma de ampliar a oferta de água sem ter que construir, por exemplo, novas represas”, avalia. Uma das formas de cortar perdas é reduzir a pressão da rede, com o objetivo de diminuir o volume de água perdido por vazamentos, medida que já vem sendo adotada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A presidente da Sabesp, Dilma Pena, garantiu, contudo, que a diminuição da pressão não significa racionamento, porque todas as redes estão abertas em tempo integral. “Isso é uma redução da pressão na rede para diminuir as perdas de água. A falta de água depende da reservação que, se é adequada, a família não ficará sem água”, contou à Agência Brasil.
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