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domingo, 21 de dezembro de 2014

Novo e pequeno dicionário do petrolão brasileiro

Ruivinha - termo usado para apelidar carinhosamente a refinaria norte-americana de Pasadena (Reprodução / Agência Brasil)

'PETROLÃO'
Novo e pequeno dicionário do petrolão brasileiro
Como enganar o país inteiro com uma ruivinha e acabar num paraíso fiscal

por Claudio Carneiro*18 de dezembro, 2014
O país se surpreende com palavras criadas ou adaptadas para amenizar ou, quem sabe ao contrário, tornar mais difícil a compreensão aos que apenas assistem ao espetáculo de degradação moral que o país experimenta. É um novo vocabulário que surge a cada escândalo.

Vocábulos como “ruivinha” e “paraíso fiscal” podem confundir a percepção dos mais distraídos. Por esse motivo, destacamos algumas palavras mais usadas na mídia nesses dias que tornaram o mensalão uma brincadeira de criança:

Doleiro – trata-se da pessoa que promove operações de câmbio não autorizadas pelo Banco Central e que, além disso, conta com uma extensa rede capaz de remeter dinheiro para fora do país, mais especificamente para paraísos fiscais (vocábulo a ser definido mais adiante)

Lava-Jato – Investigação da Polícia Federal para apurar esquema de corrupção e de evasão de divisas envolvendo políticos e dirigentes da estatal Petrobras. Em Português correto, a operação deveria se chamar “Lava a jato”

Mal feito – é uma palavra de duplo sentido, usada pela presidente Dilma para lidar com atos de corrupção. Significa também algo que não foi bem-feito, senão não teriam descoberto – como definiu o jornalista Claudio Schamis

Paraíso Fiscal – é o país ou estado que admite depósitos em dinheiro sem exigir sua certificação de origem, acrescentando ainda a vantagem de não cobrar encargos ou tributos para manter o valor sob sua guarda. São paraísos fiscais as Bahamas, as ilhas Cayman, Jersey, Mônaco e Suíça entre outros

Ruivinha – termo usado para apelidar carinhosamente a refinaria norte-americana de Pasadena, comprada pela Petrobras por um preço muito superior ao seu real valor e trazendo um prejuízo – avaliado agora pela Controladoria Geral da União (CGU) – em torno de R$ 1,8 bilhão. Ruivinha se refere à ferrugem que já tomava conta das instalações à época da compra, entre 2006 e 2008.

A bem-humorada expressão “ruivinha” revela o tom de brincadeira e pouco sério com que os executivos da estatal lidavam com o patrimônio desta empresa que já foi motivo de orgulho de todos os brasileiros, inspirada nos ideais do genial escritor e defensor do petróleo brasileiro Monteiro Lobato. *Claudio Carneiro é jornalista e parceiro do Opinião e Notícia

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