A Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério da Agricultura investiga suspeita contra o frigorífico JBS, detentor da marca Friboi, de suposta movimentação de bois entre estados sem cumprir exigências de certificação da União Europeia referentes à exportação de gado livre da febre aftosa.
Os bovinos teriam sido transferidos para o frigorífico da Friboi em Goiânia, que está habilitado a fazer o abate de animais para ser levados para a Europa desde que eles tenham comprovadamente origem em zonas aprovadas pelo bloco como livres da aftosa ou, quando vindos de outras áreas, passem por um período de confinamento de 90 dias para afastar o risco da doença. Se for comprovada alguma irregularidade na operação, o Brasil pode sofrer sanções na exportação de carne bovina. O JBS foi acionado pela unidade fitossanitária do ministério instalada em Goiás, após a constatação de que 1.011 cabeças de gado foram compradas na Bahia e levadas para a Fazenda Eldorado, no interior do Goiás, sem a notificação obrigatória do transporte. O acordo de exportação firmado com o bloco europeu, em 2005, prevê que bovinos de estados como a Bahia, que não é reconhecida como livre da aftosa, precisam passar por uma “noventena”. A fazenda de Goiás, estado certificado pela UE como livre da doença, serve de entreposto para o confinamento mínimo de 90 dias antes do abate.A Eldorado fica em Iaciara, cidade a cerca de 500 quilômetros de Goiânia, e pertence à J&F Floresta Agropecuária Ltda - subsidiária da holding controladora do JBS. A SDA investiga se a fazenda descumpriu a noventena enviando os bois para abate na capital goiana antes do prazo previsto no acordo.Tanto a fazenda e o JBS reconhecem que os animais foram transferidos da Bahia para Goiás sem a apresentação de Guias de Trânsito de Animal (GTAs) - o documento que registra a movimentação dos bovinos. O JBS afirmou, em nota, que “adquiriu e abateu um lote de 4.324 cabeças de gado da Fazenda Eldorado, mas esses animais vieram de fazendas habilitadas e não precisavam cumprir a ‘noventena’”. Segundo a empresa, o cumprimento das regras sanitárias é atribuição da Eldorado. Anteontem, vistoria do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Ministério Público do Trabalho (MPT) em Passo Fundo, na Região Norte do Rio Grande do Sul, interditou três máquinas embaladoras de peitos de frangos na sala de cortes, três máquinas de limpeza de moela no setor de inspeção federal, quatro máquinas digestoras de penas na fábrica de farinha. Também foram paralisados o setor de montagem de caixas de papelão e uma serra de carcaça por constatação de situação de grave e iminente risco à saúde e à integridade física dos trabalhadores. (Ibahia)
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