Foto: Agência Brasil
Presidente da Petrobrás, Graça Foster
A presidente da Petrobrás, Graça Foster, afirmou que a ex-gerente da diretoria de abastecimento da estatal, Venina Velosa da Fonseca, não fez denúncias de irregularidades a ela nem por e-mail nem pessoalmente. A informação contradiz o que afirmou Venina neste domingo ao programa Fantástico, da Rede Globo. “Ela (Venina) nunca citou palavras simples como corrupção e conluio”, afirmou. Graça respondeu às acusações da funcionária em entrevista ao Jornal Nacional, também da Rede Globo. Da mesma forma, a presidente da Petrobrás disse que, em nenhum momento, denúncias de corrupção foram feitas à diretoria da empresa. “Ela (Venina) não fez uma denúncia; poderia ter feito, mas não fez. Ela dizia tarde demais para entrar em detalhes”, disse Graça. A presidente contou ainda que, ao assumir o cargo, conversou pessoalmente com Venina, mas não sobre denúncias. A conversa, segundo Graça, foi sobre a agenda do dia-a-dia da empresa, sobre prazos e preços dos projetos. “Conversamos sobre custos de projetos mais altos do que o previsto, prazos e atitudes que eu precisava tomar para ir para outro caminho”, afirmou a presidente da Petrobras.
Graça disse esperar que Venina tenha os documentos que comprovem suas denúncias de existência de um esquema de corrupção na petroleira. “Espero muito que ela tenha todos os documentos. Vai ajudar muito a Petrobras e o Ministério Público Federal”, afirmou. A presidente da Petrobras elogiou Venina e o seu trabalho em Cingapura, onde esteve por dois momentos. No primeiro momento, quando foi cursar uma pós-graduação, ainda era aliada do ex-diretor Paulo Roberto Costa, delator da Operação Lava Jato da Polícia Federal. No segundo, após um desentendimento com Costa, Venina teria assumido a área de comercialização do escritório no país asiático. Apesar do elogio sobre a qualidade do trabalho de Venina na empresa, Graça disse que ela foi afastada do cargo de chefia por ter cometido “não conformidades” de procedimentos. Segundo a presidente da Petrobras, a funcionária está sendo investigada pela auditoria interna por não ter seguido à risca os procedimentos internos para inibir desvios de recursos na contratação de equipamentos e serviços. De acordo com Graça, as investigações da auditoria demonstraram que Venina não cumpriu regulamentos internos. Ao fim da entrevista, Graça fez ainda um apelo para que os funcionários da companhia que tiverem informações de irregularidades em contratações recorram à ouvidoria da empresa. Ela também pediu aos funcionários que “enfrentem a situação com determinação”. Fernanda Nunes e Vinícius Neder, O Estado de S. Paulo
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