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quarta-feira, 25 de junho de 2014

Tocantins é um dos estados com maior incidência de trabalho escravo

Marcos MartinsDo G1 TO
Dados são do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Comissão Pastoral do Trabalho (CPT) e Repórter Brasil (Foto: Divulgação/PRF-TO)

O Tocantins é um dos quatro estados com maior incidência de trabalho escravo no país. Os dados foram divulgados após um levantamento feito pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Comissão Pastoral do Trabalho (CPT) e o site da organização Repórter Brasil. Nos últimos dez anos, em todo o estado, 2.808 pessoas foram libertadas de propriedades em condição análoga à de escravidão.

O levantamento foi feito através de todas as fiscalizações de trabalho escravo realizadas de maneira conjunta por Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal a partir de 1995 até 2013. Os locais com maior incidência de casos são as regiões norte, sul e sudeste do Tocantins. A cidade de Ananás com 481 casos aparece com a maior quantidade de casos, seguido de Caseara com 274, Arapoema com 190, Tocantinópolis com 174 e Darcinópolis com 140.

A pecuária, carvoaria e lavoura são as áreas que mais se encontram trabalhadores escravos no TO (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

As áreas da pecuária, carvoaria e lavoura são onde aparecem os maiores casos de trabalho escravo no Tocantins. Ainda segundo o estudo, na pecuária tocantinense foram libertados 1.508 trabalhadores e encontrados 186 casos; na carvoaria foram encontrados 44 casos com 496 libertados; e nas lavouras foram libertos 534 trabalhadores.

Para o frei Xavier Plassat, coordenador da campanha do CPT contra o trabalho escravo no Tocantins, por muito tempo o estado não deu a devida atenção ao problema. “Faz tempo que o estado nega o problema e isso se agrava quando se percebe o enorme peso do agronegócio na economia do Tocantins e existe interesse em manter esse tipo de situação no estado”, afirma.

O coordenador ainda revela que não é a primeira vez que o estado ficou em posição negativa com relação ao trabalho escravo. “Infelizmente tem sido uma continuação nos últimos anos. Em 2004, o estado ficou em segundo no ranking nacional e em 2003 foi o terceiro. Devemos resolver esse problema com medidas mais drásticas e com uma melhor fiscalização que é deficitária por aqui”, afirma.
Trabalhador de fazenda em Lagoa da Confusão mostra marcas de chibatadas (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

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