Ser comerciante nas cidades-sede da Copa do Mundo não será garantia de bom negócio. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 49,9% dos consumidores não pretendem adquirir nenhum produto por causa do evento, porcentual que chega aos 52,8% nas capitais onde haverá jogos. Para os produtos pesquisados, que incluem televisores, vestuário, alimentos e outros (desde artigos de leitura a brinquedos), as maiores intenções de gasto foram verificadas nas cidades que não serão sede de jogos da Copa.
"Achei que a Copa mexesse mais com as cidades-sede. Mas, de fato os comerciantes desses locais vão ficar menos satisfeitos", analisou o economista da CNC Fabio Bentes. "Mas o comércio como um todo não terá um impacto positivo." O segmento de eletroeletrônicos será o único beneficiado. ACNC espera incremento de R$ 863 milhões na receita das lojas deste setor por conta da Copa do Mundo.
Segundo a pesquisa, 13,3% dos consumidores pretendem adquirir uma TV por causa da Copa - fatia ainda maior entre as famílias que ganham menos do que dez salários mínimos por mês. "Isso surpreendeu, porque mostra certo resquício de consumo não realizado na classe C", explica Bentes.
Em proporção, os alimentos são a preferência dos consumidores durante o evento (21,5%), sendo que mais da metade dessas famílias vai levar os produtos para casa. "A maioria vai priorizar a alimentação no domicílio porque é onde a inflação está menos elevada", justifica Bentes. Em compensação, 23,5% deve procurar alimentação fora do domicílio.
A CNC ouviu 18 mil consumidores de todas as capitais estaduais e do Distrito Federal para a pesquisa. A amostra representa 39,1% da população brasileira.
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