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domingo, 22 de junho de 2014

Argentina afirma que não terá como pagar dívida externa

REDAÇÃO ÉPOCA COM AGÊNCIA BRASIL E EFE
O governo da Argentina emitiu nota informando que uma decisão da Justiça dos Estados Unidos pode impedi-lo de honrar seus compromissos no dia 30 de junho. Isso pode significar que o país poderá dar um novo calote na dívida no final do mês. No próximo dia 30 de junho, a Argentina precisa pagar US$ 900 milhões. O último calote ocorreu em 2001, quando o país sofreu uma grande crise econômica.

Na época, os argentinos propuseram aos credores quitar os débitos com 60% de desconto. Para reaver o investimento, 93% aceitaram o acordo e têm recebido os pagamentos em parcelas. No entanto, os 7% restantes não aceitaram renegociar e recorreram à Justiça norte-americana e ganharam.

A Suprema Corte dos Estados Unidos não aceitou o apelo do governo argentino para rever as decisões dos tribunais de primeira e segunda instância, favoráveis aos chamados “fundos abutres”, que compraram títulos "podres" da dívida, com descontos e depois recorreram à Justiça para receber o valor total.

O Ministério da Economia argentino lamentou em comunicado a decisão tomada nesta quarta-feira (18) pela Câmara de Apelações de Nova York, que deixou sem efeito uma medida cautelar que mantinha suspensa a execução da sentença de Thomas Griesa, o juiz que decidiu a favor dos fundos no julgamento contra a Argentina.

A decisão "impede que a Argentina efetue no próximo dia 30 o pagamento dos cupons de dívida, em conformidade com os seus credores reestruturados, a menos que, simultaneamente, pague a totalidade do reclamado pelos fundos abutres". O anúncio, na prática, abre a porta para a execução dos pagamentos aos fundos especulativos denunciantes. 

Se a Argentina tiver pagar o valor total, terá de desembolsar US$ 15 bilhões, mais da metade das reservas do Banco Central. A presidente Cristina Kirchner disse que vai encontrar uma forma de pagar os credores que aceitaram renegociar a dívida.

No último dia 17, o ministro argentino da Economia, Axel Kicillof, disse que o país tentará fazer uma nova troca de títulos da dívida pública sob a lei argentina para assegurar o pagamento aos detentores de papéis reestruturados.

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