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terça-feira, 27 de maio de 2014

"O que tinha que ser gasto, roubado, já foi", diz filha de Ricardo Teixeira em rede social

RAPHAEL GOMIDE, DE TERESÓPOLIS
Joana Havelange, uma das principais executivas do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo e filha do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira, compartilhou em seu Instagram uma mensagem em que diz que "o que tinha de ser gasto, roubado, já foi" e defende a realização da Copa e a torcida pela Seleção Brasileira.

Não é possível afirmar que o texto tenha sido escrito por ela, parece uma mensagem pronta, dessas compartilhadas pela internet. Entretanto, chama a atenção que Joana tenha publicado o texto, uma vez que ela faz parte da organização da competição mundial. Ao publicá-la em sua rede social, ela a ratifica.


O texto diz: "Não apoio, não compartilho e não vestirei preto em dia nenhum de jogo do Mundial. Quero que a Copa aconteça da melhor forma. Não vou torcer contra, até porque o que tinha de ser gasto, roubado, já foi. Se fosse para protestar, que tivesse sido feito antes. (...) Meu protesto contra a Copa será nas eleições." Ao fim, Joana escreve: “Vai ter Copa e vai ser lindo! O Brasil sabe e pode fazer, aliás, está fazendo!“, afirmou. A dirigente do COL defende que o país se mostre como "um Brasil lindo", para que os visitantes estrangeiros "queiram voltar". "Destruir o que temos hoje não mudará o que será feito amanhã." Muitos de seus amigos concordaram com o texto e elogiaram sua iniciativa.

Além de filha de Teixeira, Joana é neta do ex-presidente da Fifa João Havelange e tem uma função de destaque no COL: é diretora-executiva de planejamento estratégico e suporte a operações da entidade, indicada pelo pai, então na CBF. Seu salário é de dezenas de milhares de reais mensais. Teixeira renunciou à presidência da CBF e do COL em 2012 por suspeitas de corrupção. Desde então, vive recluso em Miami, Estados Unidos.

O post de Joana parece ser uma reação a manifestações e protestos de grupos sociais contra a Copa. Há ameaça de greves de professores e de policiais em diversos Estados do Brasil. Nesta segunda-feira (26), um grupo de educadores em greve do Rio de Janeiro cercou o ônibus da Seleção Brasileira, após a apresentação, perto do Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim-Galeão, na Ilha do Governador. Durante ao menos 5 minutos, o coletivo foi cercado e não pôde sair do lugar. Adesivos a favor da greve foram colados em toda a lataria e em vidros. A segurança falhou e não impediu a aproximação dos grevistas.

ÉPOCA ligou para a assessoria do COL e deixou recado, mas não conseguiu contato.

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