RAPHAEL GOMIDE, DE TERESÓPOLIS
Joana Havelange, uma das principais executivas do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo e filha do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira, compartilhou em seu Instagram uma mensagem em que diz que "o que tinha de ser gasto, roubado, já foi" e defende a realização da Copa e a torcida pela Seleção Brasileira.
Não é possível afirmar que o texto tenha sido escrito por ela, parece uma mensagem pronta, dessas compartilhadas pela internet. Entretanto, chama a atenção que Joana tenha publicado o texto, uma vez que ela faz parte da organização da competição mundial. Ao publicá-la em sua rede social, ela a ratifica.
O texto diz: "Não apoio, não compartilho e não vestirei preto em dia nenhum de jogo do Mundial. Quero que a Copa aconteça da melhor forma. Não vou torcer contra, até porque o que tinha de ser gasto, roubado, já foi. Se fosse para protestar, que tivesse sido feito antes. (...) Meu protesto contra a Copa será nas eleições." Ao fim, Joana escreve: “Vai ter Copa e vai ser lindo! O Brasil sabe e pode fazer, aliás, está fazendo!“, afirmou. A dirigente do COL defende que o país se mostre como "um Brasil lindo", para que os visitantes estrangeiros "queiram voltar". "Destruir o que temos hoje não mudará o que será feito amanhã." Muitos de seus amigos concordaram com o texto e elogiaram sua iniciativa.
Além de filha de Teixeira, Joana é neta do ex-presidente da Fifa João Havelange e tem uma função de destaque no COL: é diretora-executiva de planejamento estratégico e suporte a operações da entidade, indicada pelo pai, então na CBF. Seu salário é de dezenas de milhares de reais mensais. Teixeira renunciou à presidência da CBF e do COL em 2012 por suspeitas de corrupção. Desde então, vive recluso em Miami, Estados Unidos.
O post de Joana parece ser uma reação a manifestações e protestos de grupos sociais contra a Copa. Há ameaça de greves de professores e de policiais em diversos Estados do Brasil. Nesta segunda-feira (26), um grupo de educadores em greve do Rio de Janeiro cercou o ônibus da Seleção Brasileira, após a apresentação, perto do Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim-Galeão, na Ilha do Governador. Durante ao menos 5 minutos, o coletivo foi cercado e não pôde sair do lugar. Adesivos a favor da greve foram colados em toda a lataria e em vidros. A segurança falhou e não impediu a aproximação dos grevistas.
ÉPOCA ligou para a assessoria do COL e deixou recado, mas não conseguiu contato.
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