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terça-feira, 4 de março de 2014

RJ: Portela e Unidos da Tijuca fecham Carnaval como favoritas

Portela 
Águia da Portela sobrevoa a velha guarda. Escola há 29 anos não ganha um título e está confiante para o ano de 2014
Marcelo de Jesus/UOL
Um duelo entre a tradição e a modernidade. Esta é a expectativa de resultado do Carnaval 2014 após a segunda noite de desfiles na Marquês de Sapucaí. Portela e Unidos da Tijuca, cada uma dentro de suas características, dividiram as preferências de público e crítica e saem da avenida como as grandes favoritas ao título do Grupo Especial.

Quinta escola a desfilar, a Portela desfilou imponente e majestosa como há muitos anos não se via. Exaltando a tradicional Avenida Rio Branco, a escola de Oswaldo Cruz e Madureira se impôs desde o primeiro momento, com um desfile luxuoso que encheu de orgulho seus componentes e torcedores. O bom samba embalou seus componentes, que realizaram um desfile com ótimo canto e sem qualquer percalço com suas alegorias, a despeito do imenso abre-alas e de um tripé que trazia a maior escultura desse carnaval – um gigante, de 18 metros de altura, em alusão às manifestações que agitaram o país em junho do ano passado.

Um desfile tão competente, nas condições normais de temperatura e pressão, colocaria a escola seguinte em situação complicada. Não com a Unidos da Tijuca. Paulo Barros, em ótima forma, promoveu um verdadeiro espetáculo de criatividade para, através das mais diversas facetas da velocidade, homenagear Ayrton Senna. Teve de tudo: velocidade da luz, animais velozes, personagens de desenhos animados e até uma ala que imitou o corredor Usain Bolt. Os componentes, com fantasias belas e leves, deram um show de evolução. A comissão de frente, destaque dos últimos carnavais da escola, teve direito até um carro de fórmula 1 roncando alto na pista.
Unidos da Tijuca
Dançarino interpreta Ayrton Senna na comissão de frente da Unidos da Tijuca 
Júlio César Guimarães/UOL
Duas escolas foram as surpresas agradáveis da noite e podem sonhar com voos mais altos na classificação. A União da Ilha do Governador, de volta ao convívio das grandes desde 2010, realizou o seu melhor desfile dos últimos 20 anos. Com um enredo alegre e leve, dentro das características da escola, trouxe as mais diversas brincadeiras e brinquedos infantis. Em um verdadeiro show de animação, simpatia e criatividade, a tricolor insulana arrancou gritos entusiasmados da plateia e tem tudo para chegar entre as seis primeiras e participar do Desfile das Campeãs, o que não consegue desde 1994.

A Mocidade Independente de Padre Miguel mandou para longe toda a desconfiança. Nos últimos meses, a escola sofreu com um barracão atrasado e a destituição de seu presidente. Homenageando o lendário carnavalesco Fernando Pinto e, por consequência, o estado de Pernambuco, a verde e branco fez um desfile bonito e animado, embalado por uma bateria inspirada e pelo belo samba que tem Dudu Nobre entre o grupo de compositores.

A Imperatriz Leopoldinense prometia sacudir a avenida com sua homenagem ao ex-jogador de futebol Zico. Porém, problemas com seus carros alegóricos prejudicaram sensivelmente a apresentação. O carro abre-alas teve problemas de direção e acabou se distanciando da ala que o antecedia. O buraco foi de 40 metros, bem em frente à cabine de jurados. O último carro, que trazia o homenageado sobre a coroa, símbolo da escola, teve sérios problemas para entrar na avenida e atrapalhou a evolução da escola, que teve que correr para não estourar o tempo. Erros que tiram a Imperatriz do páreo, mas não abafam o sonho de voltar entre as seis primeiras.

A decepção da noite foi a Vila Isabel. A campeã de 2013 fez uma exibição decepcionante, apresentando carros com péssimo acabamento e várias alas com fantasias incompletas ou com poucos componentes. A comissão de frente apresentou problemas com seus tripés e um pedaço da roupa da porta-bandeira Giovanna caiu em sua exibição em frente a uma das cabines de julgamento. Uma sucessão de erros que faz ser possível uma situação inédita na história do carnaval carioca: uma campeã ser rebaixada no carnaval seguinte ao título. Anderson Baltar / Do UOL, no Rio

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