Aliny Gama /Do UOL, em Maceió
Quatro presos conseguiram fugir por um túnel aberto na Penitenciária São Luís I, localizada no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA), na madrugada deste domingo (30). O túnel foi escavado da cela 14 do bloco B até o pátio da unidade prisional, segundo a Sejap (Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária).
Suspeita-se que os presos Francisco das Chagas Cosmo da Costa, Ismael de Jesus Campos Abreu, Rafael Santos da Silva e Tiago Cruz da Silva tenham usado essa passagem para sair da cela, chegar ao pátio e depois pular o muro da penitenciária. Todos eles cumpriam penas por roubo e tráfico de drogas.
Na madrugada de sábado (29), durante uma revista, a Polícia Militar já havia descoberto um túnel com cinco metros de extensão no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pedrinhas. A abertura foi escavada no pavilhão Beta, que tem 189 detentos; eles vão ficar sete dias sem tomar banho de sol como punição.
A Sejap informou que abriu uma sindicância para investigar as circunstâncias do ocorrido e apurar responsabilidade na falha na segurança.
Também na madrugada de ontem houve uma fuga de presos na Delegacia Regional de Cururupu (469 km de São Luís). Três detentos serraram as grades e cadeados de uma das celas e conseguiram escapar. Nenhum dos fugitivos foi recapturado até o momento.
Crise no sistema penitenciário
O sistema prisional do Maranhão vem enfrentando uma crise na segurança, associada ao domínio de facções criminosas que atuam nas unidades prisionais, de acordo com um relatório do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
No dia 3 de janeiro, chefes da facção Bonde dos 40 --nome em alusão à pistola .40-- ordenaram a integrantes fora dos presídios que colocassem fogo em vários ônibus na capital maranhense.Quatro ônibus foram atacados, sendo três deles incendiados, e cinco pessoas foram queimadas --uma criança morreu com 95% do corpo queimado.
A rivalidade entre grupos dentro dos presídios tem tornado as unidades prisionais extremamente violentas. Somente em 2013 ocorreram 60 assassinatos de presos. Superlotado, o Complexo Penitenciário de Pedrinhas é o foco da crise, com 2.200 presos onde deveriam estar 1.700, no máximo.
O complexo está sob segurança da Polícia Militar e da Força de Segurança Nacional desde o último dia 27 de dezembro.
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