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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Pesquisador produz mandioca gigante a partir de espécie selvagem

O pesquisador Nagib Nassar com um pé de mandioca que produz raízes gigantes (Foto: Divulgação)

Na mitologia, as quimeras são seres híbridos, mistura de duas espécies de animais, como cavalos alados, mulheres com corpo de serpentes ou cavalos com cabeça de homens. Hoje, na agricultura, as quimeras são bem menos assustadoras. São misturas de espécies que oferecem plantas melhoradas, com vantagens para os agricultores ou consumidores.

O pesquisador Nagib Nassar, da Universidade de Brasília (UnB), desenvolveu um tipo de mandioca gigante. Além de oferecer ganhos de produtividade, ela também é nutritiva. A planta é uma mistura da Manihot esculenta, a mandioca comum, cultivada comercialmente, com a Manihot fortalezensis, uma espécie de aipim selvagem. A nova mandioca ganhou o nome de UnB 702.

A planta UnB 702 produz, com um ano de idade, raízes de mandioca com até 14 quilos. As espécies comerciais, em comparação, produzem mandioca com 2 a 3 quilos. As quimeras de Nagib foram experimentadas em 39 assentamentos rurais de 14 municípios dos estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, além do Distrito Federal. Cerca de 10 mil famílias compararam a UnB 702 com a mandioca comum, observando uma produção maior por área plantada. A variedade também pode ser boa para o meio ambiente, pois os agricultores conseguem maiores ganhos sem precisar cortar floresta para expandir a área plantada.

A pesquisa envolveu alguns desafios técnicos. O primeiro foi combinar duas espécies diferentes. O segundo foi conseguir uma planta que se propagasse facilmente. “Queríamos que a planta pudesse ser reproduzida por uma técnica de estacas”, diz Nassar. A técnica milenar consiste em cortar pedaços do caule da planta e plantá-los em saquinhos ou vasos com terra e adubo. A partir do caule, a planta se desenvolve e forma uma muda, a ser transplantada para o solo. Além disso, a equipe de Nassar buscava uma planta que gerasse uma mandioca rica em amido.

Nassar, de origem egípcia, pesquisa mandioca há cerca de 30 anos na UnB. Suas linhas de estudos envolvem espécies silvestres, para melhorar as variedades usadas comercialmente no Brasil. http://epoca.globo.com/

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